Veja
Yanukovich, ex-ministro e ex-procurador são acusados de comandar massacre de civis. Todos são considerados foragidos
O presidente destituído Viktor Yanukovich pode ser alvo do TPI (Sergei Supinsky/AFP)
O Parlamento da Ucrânia pediu nesta terça-feira para que o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, na Holanda, julgue o presidente deposto Viktor Yanukovich e outros membros do antigo governo por crimes contra a humanidade. Eles são acusados de comandar a repressão brutal aos protestos que estouraram no país no ano passado e que deixaram mais de cem mortos.
Votaram a favor da resolução contra Yanukovich - cujo paradeiro é, atualmente, desconhecido - 324 deputados da Rada Suprema (Parlamento). Apesar de o país não ter oficialmente ratificado o estatuto que deu origem ao TPI, os congressistas também decidiram no mesmo voto que vão reconhecer a autoridade do tribunal na Ucrânia.
Segundo a rede BBC, apesar da decisão do Parlamento, isso não significa que o TPI vai aceitar automaticamente o caso, já que o tribunal só costuma ser acionado quando um país não tem condições ou não está disposto a cuidar ele mesmo do caso. Ainda segundo a BBC, um porta-voz do TPI avisou que a decisão final de aceitar o caso caberá ao procurador da Corte, e que os casos aceitos pelo tribunal consistem em investigar uma série de eventos para determinar responsabilidades, e não a partir da conduta de um individuo especifico.
Entre os membros do antigo governo Yanukovich que constam no pedido do Parlamento estão o antigo ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, e o ex-procurador-geral Viktor Pshonka. Os dois também são considerados fugitivos pelo novo governo provisório da Ucrânia.
Candidatura – Também nesta terça-feira, o dirigente opositor e ex-boxeador ucraniano Vitali Klitschko anunciou sua candidatura às eleições presidenciais convocadas para 25 de maio.
“Apresentarei-me ao cargo de presidente da Ucrânia, já que estou firmemente convencido de que é preciso mudar as regras de jogo. Deve haver justiça. Tenho certeza de que isto é possível”, disse Klitschko, líder do partido Udar (soco, em tradução livre).

Ajoelhados, policiais da tropa de choque se desculpam por terem atuado na repressão aos protestos na Ucrânia - Roman Baluk / Reuters