terça-feira, 24 de maio de 2022

Mentira aprovada por Hillary minou Trump e desonrou instituições dos EUA, diz Wall Street Journal

 Jornal explica danos de notícia falsa sobre intervenção de russos plantada por ex-gerente de campanha de 2016

Testemunho de antigo assessor de campanha pode complicar Hillary Clinton na Justiça
Testemunho de antigo assessor de campanha pode complicar Hillary Clinton na Justiça | Foto: Marc Nozell/Flickr

Tudo indica que a denúncia de envolvimento de russos com a campanha de Donald Trump em 2016 tenha as impressões digitais de Hillary Clinton. Segundo depoimento de um dos gerentes de campanha, a ex-candidata do Partido Democrata autorizou que fossem plantadas evidências falsas sobre seu adversário republicano.

O ex-gerente de campanha Robby Mook testemunhou à Justiça norte-americana na sexta-feira 20 e confirmou que a autorização para disseminar fake news sobre Trump veio do topo.

Um editorial publicado pelo The Wall Street Journal reflete sobre o caso, com o título ‘Hillary Clinton fez isso’.

O artigo opinativo diz que a maioria da imprensa norte-americana tende a ignorar essa notícia, mas conclui que a narrativa Rússia-Trump causou um dano irrefutável ao país. Com a aparente chancela de Hillary Clinton, a denúncia falsa desonrou o FBI (Departamento Federal de Investigação, na sigla em inglês), mexeu com a credibilidade da imprensa e enfiou o país em uma investigação de três anos rumo a lugar nenhum.

Na última semana, Robby Mook prestou depoimento como testemunha no julgamento de Michael Sussmann, o advogado acusado de mentir para o FBI.

Em setembro de 2016, Sussmann levou ao FBI alegações de uma conexão secreta de Trump com o Alfa Bank da Rússia e disse que não estava agindo em nome de nenhum cliente. No entanto, os promotores entenderam naquele momento que o advogado estava trabalhando para a campanha de Clinton.

Sobre o caso

Na última semana, os promotores apresentaram evidências de que Sussmann trabalhou com a empresa de pesquisa Fusion GPS para produzir as alegações em nome da campanha de Clinton e entregá-las ao FBI. Um agente testemunhou que uma análise do escritório rapidamente rejeitou as evidências, classificando-as como ‘implausíveis’.

Segundo Mook, a questão passou pelo conselheiro de políticas Jake Sullivan, atualmente conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, e por John Podesta, então o principal responsável pela campanha. O gerente ainda confirmou à Justiça que Hillary Clinton foi consultada sobre o caso e aprovou o plano.

Então a história foi ‘vazada’ a um jornalista da revista on-line Slate. Conhecida pelo tom progressista, a publicação publicou a reportagem sobre as alegações sobre Trump e o Alfa Bank dias depois.

Em 31 de outubro de 2016, Sullivan divulgou nas redes sociais a reportagem da Slate, escrevendo: “Esta pode ser a ligação mais direta entre Donald Trump e Moscou”. Hillary Clinton reproduziu a declaração do assessor em sua conta no Twitter, adicionando o comentário: “Cientistas da computação aparentemente descobriram um servidor secreto que liga a Trump Organization a um banco russo”.

Resumindo, a campanha de Clinton criou a alegação Trump-Alfa, transmitiu a denúncia falsa a um veículo de imprensa que não confirmou as alegações e então promoveu a história como se fosse uma notícia legítima. Em seguida, o Partido Democrata também entregou as acusações ao FBI, oferecendo aos jornalistas outra desculpa para tratar as acusações com seriedade.

Trump venceu as eleições, a despeito do golpe sujo vindo do lado adversário. Mesmo assim, o presidente republicano teve de carregar a sombra da desconfiança sobre a sua administração, com manchetes negativas recorrentes na imprensa do país. Hoje, com os democratas no poder, a verdade começa a vir à tona.

Revista Oeste