quarta-feira, 25 de maio de 2022

Castro: ação na Vila Cruzeiro seguiu protocolos e mortos eram criminosos

Governador do Rio de Janeiro disse que morte de moradora, atingida dentro de casa, está sendo investigada


Cláudio Castro disse que seguirá investindo em inteligência e na preparação das tropas de segurança do Rio | Rogério Santana/Governo RJ

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou na noite desta 3ª feira (24.mai), que a operação realizada na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, seguiu todos os protocolos previstos na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, e que as pessoas mortas durante a incursão eram criminosas.

Nas redes sociais, Castro compartilhou uma foto com todas as armas apreendidas durante a ação conjunta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, questionando "quantos tiros deixarão de ser dados em direção a cidadãos de bem do Rio" após a retirada deste armamento das ruas. "Quem aponta uma arma contra a polícia está apontando uma arma contra toda a sociedade", enfatizou.



"A ação conjunta seguiu todos os protocolos estabelecidos pela ADPF 635, e o Ministério Público foi devidamente comunicado. A operação teve como objetivo prender integrantes da maior facção criminosa do Rio e bandidos que vieram de outros estados", escreveu o governador, acrescentando que ele luta por um "Rio de paz".

Conhecida como a 'ADPF das Favelas', a ação, que foi ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), tem como objetivo a "redução da letalidade policial" e das "violações de direitos fundamentais constitucionais", decorrentes da "política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro". Além de restringir a realização de operações em comunidades fluminenses, durante a pandemia, a ADPF 635 tornou obrigatória a comunicação prévia e a apresentação de justificativa ao Ministério Público, à qual Castro se referiu na publicação.

O governador também comentou sobre as mortes decorrentes da operação. Segundo ele, as vítimas do tiroteio seriam os próprios criminosos, que teriam dado início ao tiroteio, e uma moradora, cuja morte "está sendo investigada". Pelo menos 22 pessoas morreram durante o confronto.

"Policiais foram atacados por bandidos fortemente armados. O violento confronto culminou na morte dos criminosos. Uma moradora está entre as vítimas e sua morte está sendo investigada", disse Castro, argumentando ainda que, por mais "lamentável" que seja qualquer morte, "todos sabemos que nossas responsabilidades impõem que estejamos preparados para o confronto".

"Essa gente ruim quer matar o futuro do povo fluminense. Fora do império da lei e da ordem estão a barbárie e o banditismo. Não vamos permitir a anarquia no nosso estado", concluiu o governador do estado.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar a conduta dos policiais que atuaram na operação e a ocorrência de supostas violações a dispositivos legais.

SBT News