terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Moro atribui rejeição alta a ‘mentiras e fake news sobre a Lava Jato’. PT é responsável pelos 'maiores escândalos de corrupção da história', diz

 

Sergio Moro é pré-candidato do Podemos à Presidência da República
Sergio Moro é pré-candidato do Podemos à Presidência da República | Foto: Reprodução/YouTube

Em terceiro lugar nas principais pesquisas de intenção de voto, bem distante do presidente Jair Bolsonaro e do petista Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro minimizou nesta terça-feira, 18, as dificuldades que vem enfrentando no início da corrida eleitoral.

Além de patinar nas sondagens, quase em situação de empate técnico com Ciro Gomes (PDT), Moro é um dos candidatos com os maiores índices de rejeição — acima de 50%.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o ex-ministro atribuiu a rejeição alta a uma espécie de desconstrução do trabalho da Operação Lava Jato.

“Atribuo a mentiras e fake news sobre o trabalho da Lava Jato e também no Ministério da Justiça”, disse Moro. “Nós fizemos algo inédito no Brasil. A Lava Jato mudou a percepção de que quem roubava não sofria as consequências.”

Moro também destacou sua atuação como ministro da Justiça do governo de Bolsonaro, do qual saiu em 2020. “No Ministério da Justiça, conseguimos diminuir a criminalidade violenta e combater o crime organizado”, afirmou. 

Segundo Moro, as pesquisas apontam que “há um grande espaço para arrebentar essa polarização” entre Bolsonaro e Lula.

“Nossas pesquisas apontam que já temos dois dígitos”, disse o ex-juiz. “As pessoas querem um governo que melhore a vida delas, que dê oportunidades. Tem uma avenida muito grande, nós estamos bem distantes das eleições.”

Corrupção do PT

Durante a entrevista, Sergio Moro disse que os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff foram responsáveis pelos maiores escândalos de corrupção da história do país.

“Todo mundo sabe que ocorreu corrupção durante o governo do PT. Mensalão e petrolão não foram invenções de Curitiba ou da imprensa que noticiou os fatos”, afirmou. “Tivemos os maiores escândalos de corrupção da história nos governos do PT. O que essas anulações das condenações revelam é que estamos voltando àquele cenário em que, se você é rico e poderoso, nunca sofre as consequências de seus atos. Ainda que você roube, você não vai para a cadeia.”

A gente sabe quem roubou a Petrobras. A gente sabe quem roubou o povo brasileiro”, completou o ex-ministro da Justiça. 

Alianças

Moro também admitiu que vem conversando com alguns partidos que podem apoiá-lo na disputa presidencial. Uma das legendas mais próximas do ex-juiz neste momento é o União Brasil.

“Temos conversado com diversos partidos. A gente precisa começar a dialogar, falar sobre o projeto. Isso envolve, sim, fazer alianças”, afirmou Moro. “Infelizmente, os partidos no Brasil não são aquela fortaleza, não têm aquela tradição, têm muita mutabilidade. Mas dentro de todos os partidos há gente que apoia o nosso projeto”, disse. 

Embora não tenha dado maiores detalhes sobre eventuais apoios, Moro citou legendas como PSDB, Cidadania, Novo e o próprio União Brasil.

Inflação

Sergio Moro também foi indagado sobre a preocupação dos brasileiros com a inflação, cujo combate deve ser prioritário, em sua avaliação.

“Infelizmente, temos o descontrole da inflação. Tivemos mais de 10% de índice inflacionário no ano passado”, afirmou. “Não existe nenhuma bala de prata. Você tem que controlar a inflação porque em algum lugar o dique vai arrebentar.”

Revista Oeste