segunda-feira, 30 de março de 2020

Vírus chinês - Argentinos deixam Brasil, são barrados na Argentina e ficam presos em ponte

Foz do Iguaçu (PR), 29/03/2020 - Argentina fecha com grades sua fronteira - Exército argentino colocou grades em meio a ponte Tancredo Neves, que liga Foz do Iguaçu no Brasil a Puerto Iguazu na Argentina impedindo que os próprios turistas argentinos que estavam em viagem retornassem ao seu país. Autoridades brasileiras disponibilizaram uma barraca e alimentação para que as pessoas que estão no local possam esperar pela reabertura da fronteira. (Foto: Christian Rizzi/Fotoarena/Agência O Globo) especiais Foto: Fotoarena / Agência O Globo
Foz do Iguaçu (PR), 29/03/2020 - Argentina fecha com grades sua fronteira - Exército argentino colocou grades em meio a ponte Tancredo Neves, que liga Foz do Iguaçu no Brasil a Puerto Iguazu na Argentina impedindo que os próprios turistas argentinos que estavam em viagem retornassem ao seu país. Autoridades brasileiras disponibilizaram uma barraca e alimentação para que as pessoas que estão no local possam esperar pela reabertura da fronteira. (Foto: Christian Rizzi/Fotoarena/Agência O Globo) especiais Foto: Fotoarena / Agência O Globo


Um grupo de quase 20 argentinos está preso desde o final de semana na ponte da Fraternidade, entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazu (Argentina), sem poder entrar em seu país e nem voltar ao Brasil, devido ao fechamento das fronteiras pela epidemia do novo coronavírus.
Na semana passada, o governo argentino ampliou para argentinos e residentes da Argentina o decreto que impedia a entrada no país de quem está no exterior. O decreto deixou do lado de fora das fronteiras cerca de 15 mil argentinos, em várias partes do mundo. Uma boa parte deles no Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, as pessoas que estão chegando às fronteiras terrestres estão sendo avisadas de que não poderão entrar na Argentina. O mesmo trabalho está sendo feito pelos consulados do país no Brasil.
Ainda assim, o grupo que está hoje na ponte insistiu em atravessar. No final da semana passada, eram oito, mas durante sábado e domingo outros chegaram e agora quase duas dezenas aguardam na ponte uma solução. Uma barraca foi colocada no local para abrigá-los do sol e a PF e a Polícia Rodoviária Federal tentam conseguir um banheiro químico.
Segundo a PF em Foz, o grupo deixou o Brasil, apesar de ter sido avisado de que não poderia entrar na Argentina. Ao ser impedido de entrar em seu país, também não pôde voltar ao Brasil pelo decreto brasileiro que impede a entrada de estrangeiros.
O caso na Ponte da Fraternidade é extremo, mas outras cidades brasileiras também estão tomadas por argentinos impedidos de voltar para casa. É o caso, por exemplo, de Florianópolis.
O mês de março é um dos preferidos dos argentinos para passar o verão em praias do sul do Brasil, já que o fim da temporada de veraneio reduz os preços de aluguéis e hotéis. O consulado argentino em Florianópolis calcula em cerca de mil pessoas na capital de Santa Catarina aguardando a possibilidade de voltar para casa.
O decreto do governo argentino tem validade até a próxima terça-feira, mas há previsão de que seja estendido, já que o presidente Alberto Fernández estendeu no domingo o decreto de isolamento total até 13 de abril.
Lisandra Paraguassu, Reuters