quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Bivar vê 'identidade' entre PSL e Maia e confirma Major Olímpio candidato no Senado

Um dia após declarar apoio à candidatura à presidência da Câmara de Rodrigo Maia (DEM-RJ), os parlamentares eleitos do PSL se reuniram nesta quinta, 3, no Congresso para discutir os rumos do partido na Casa. O presidente do partido, Luciano Bivar (PE), disse que o encontrou consolidou o apoio do partido ao deputado do DEM e confirmou a candidatura de Major Olimpio (SP) a presidente do Senado.
"A reunião foi para consolidar o apoio do partido a Maia. Há uma identidade de ideias com Maia. Teremos 53 votos para ele", disse Bivar. Ele disse não ter conversado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro, também do PSL, sobre o apoio. "Não é uma posição do governo. E sim do partido. Não conversei pessoalmente com Bolsonaro sobre o apoio. E Major Olimpio é nosso candidato à presidência do Senado."
Eleitos do PSL se reúnem hoje no Congresso para discutir os rumos do partido na Casa
Eleitos do PSL se reúnem hoje no Congresso para discutir os rumos do partido
na Casa Foto: Divulgação/Assess. Major Olímpio
Major Olimpio confirmou sua candidatura no Senado e disse ver Renan Calheiros (MDB) como o candidato mais forte. "Me coloco como mais uma opção. Renan Calheiros tem uma força significativa e é o mais forte hoje."
Na eleição da Câmara, o acordo com o PSL foi fechado após uma reunião de Maiacom Bivar. Ao Estado, Bivar disse que o partido, que tem 52 deputados eleitos, vai comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de Finanças e a segunda-vice-presidência da Câmara.
A divulgação do acordo desagradou a parte da bancada do PSL, mas surtiu um efeito imediato no cenário político. O PRB retirou a candidatura do deputado João Campos e declarou apoio a Maia. Em seguida, o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MS), reconheceu que os tucanos devem seguir o mesmo caminho. Também candidato à presidência da Câmara, o deputado JHC (PSB-AL) criticou o apoio do PSL ao seu concorrente, Maia. Para ele, o apoio mostra que o partido "começou a virar o balcão tradicional da velha política".  
Nesta quinta, 3, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reafirmou que o governo não vai interferir na disputa no Congresso. “O governo não vai interferir, quer seja para a presidência da Câmara, quer seja na do Senado. Todos os governos que tiveram algum grau de intervenção na Presidência, os governos todos erraram, basta avaliar meses subsequente a isso”, afirmou Onyx. 

Onyx também reafirmou que Bolsonaro é um "homem de muito diálogo" e "vem surpreendendo". "Esse vai ser ano de muito diálogo com Parlamento", assegurou aos jornalistas.

Camila Turtelli, Clarissa Oliveira e Renan Truffi, O Estado de S.Paulo