quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Parlamento Europeu reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela

PARIS
O Parlamento Europeu reconheceu o deputado Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela nesta quinta-feira (31), aumentando a pressão sobre a União Europeia para que faça o mesmo.
Guaidó, que preside a Assembleia Nacional (de maioria opositora ao regime de Nicolás Maduro), declarou-se presidente encarregado do país caribenho no último dia 23, poucos dias após a posse do ditador para um segundo mandato.
O líder do Legislativo venezuelano, Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregado da Venezuela, participa de protesto contra Maduro em Caracas
O líder do Legislativo venezuelano, Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregado da Venezuela, participa de protesto contra Maduro em Caracas - Carlos García Rawlins/Reuters
O deputado foi reconhecido quase que instantaneamente pelos governos de EUA, Brasil, Colômbia e outros países da região.
No Parlamento Europeu, a resolução foi aprovada por ampla maioria: 439 deputados votaram a favor da medida, 104, contra, e houve 88 abstenções.
Além disso, o plenário exigiu a liberação dos jornalistas detidos arbitrariamente pelo regime. Há dois franceses da emissora TMC encarcerados desde esta quarta-feira (30), além de dois colombianos e um espanhol a serviço da agência espanhola Efe, e um motorista venezuelano que prestava serviços à agência.
Os chanceleres europeus se reúnem ainda nesta quinta-feira para decidir como se posicionar em relação à crise política venezuelana.
No último sábado (26), seis países do continente (Espanha, Alemanha, Portugal, Reino Unido, França e Holanda) deram oito dias para Maduro organizar novas eleições –as realizadas em maio de 2018 são consideradas fraudulentas pela opinião pública internacional.
O prazo expira no próximo domingo (3). Se Maduro não seguir a orientação europeia, as maiores forças do bloco reconhecerão Guaidó como presidente interino.
O ditador acenou com a possibilidade de realizar novas eleições legislativas, mas não presidenciais.
Com AFP


Lucas Neves, Folha de São Paulo