quinta-feira, 30 de julho de 2015

Deu no ´JN`: Presidente da Andrade Gutierrez vira réu na Operação Lava Jato

TV Globo



Outros 12 denunciados também viraram réus. Juiz diz que Andrade Gutierrez se valeu de métodos variados para lavar dinheiro desviado da Petrobras.



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O presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e outros 12 denunciados viraram réus num dos processos da Lava Jato. Entre os réus também estão ex-diretores da Petrobras. Um dos operadores do esquema de corrupção negociou um acordo de delação premiada e já começou a depor.
O juiz Sérgio Moro disse que o grupo Andrade Gutierrez se valeu de métodos variados para lavar o dinheiro desviado da Petrobras. E que há provas significativas dos crimes.

São 13 novos réus. Entre eles, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo; os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque; o ex-gerente Pedro Barusco; e o doleiro Alberto Youssef. Eles vão responder por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Em busca dos benefícios da delação premiada, o engenheiro Mário Góes, apontado como operador de propinas, fez acusações que reforçam as suspeitas contra a Andrade Gutierrez. A Justiça diz que, entre 2007 e 2009, a empresa repassou quase R$ 5 milhões à Rio Marine, empresa de Mário Góes, simulando consultorias para a plataforma P-57. Desse total, R$ 3,5 milhões seriam propina a Barusco.

Mário Góes contou que a primeira vez que foi procurado para dividir comissões com Pedro Barusco foi no início da década de 2000, mas o negócio não deu certo, e que o esquema de propina começou entre 2003 e 2004. Mário Góes contou que em 2008 foi criada uma conta só para pagamentos a Barusco. A Zagope, empresa do grupo Andrade Gutierrez que atuava em Angola, fechou contrato com uma empresa na Suíça controlada por Mário Góes, mas que nunca prestou um serviço. O valor: US$ 6 milhões.

Mário Góes disse que recebeu das mãos de Antônio Pedro Campello, da Andrade Gutierrez, por duas ou três vezes de R$ 100 a R$ 200 mil em sua residência.

Mário Góes contou que quando começou a participar do esquema de recebimento de propina, ouviu de Pedro Barusco que o então diretor Renato Duque gostava mais de jantares, cabendo a ele, Barusco, atuar na diretoria de Serviços da Petrobras. E que o Partido dos Trabalhadores estaria dando suporte a esse tipo de atividade.

Mário Góes confessou ter destruído provas a mando de Barusco.
Os advogados dos executivos e ex-executivos da Andrade Gutierrez disseram que as defesas vão ser feitas nos autos da ação penal.
O advogado de Pedro Barusco disse que o depoimento de Mário Góes somente confirma a versão de Barusco.
O Partido dos Trabalhadores reafirmou que recebeu todas as doações estritamente dentro da legalidade e que elas foram declaradas à Justiça Eleitoral.
O advogado de Mário Góes disse que, por dever de sigilo profissional, não vai se pronunciar.