Epoca
O acordo de leniência funciona como uma delação premiada, só que para pessoas jurídicas
A construtora Camargo Corrêa firmou nesta sexta-feira (31) um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No acordo, a empreiteira se compromte a ajudar nas investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção envolvendo construtoras e empresas públicas.
O acordo de leniência funciona como uma delação premiada, só que para pessoas jurídicas. No acordo, a Camargo Corrêa se compromete a ajudar nas investigações sobre a formação de um cartel para vencer a licitação das obras da Usina Nuclear Angra 3.
Em março de 2015, o presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, firmou um termo de delação premiada com o MPF. Ele disse que a empreiteira participou de um cartel, ao lado das construtoras Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia, para construir a usina. Angra 3 esta atrasada e seu valor aumentou em R$ 4,8 bilhões.
Em agosto, Avancini foi condendo pelo juiz Sergio Moro a 15 anos de prisão. Como ele fez a delação premiada, entretanto, poderá cumprir pena domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
Este é o segundo acordo de leniência feito entre uma empresa na Operação Lava Jato. No começo do ano, as empresas Setal Engenharia e Sog Óleo e Gás firmaram um acordo para colaborar com as investigações na Petrobras.