Durante a reunião de governadores com Dilma Rousseff, o tucano Geraldo Alckmin sentiu-se à vontade para fazer um comentário jocoso. Disse que, em tempos de ajuste fiscal, os administradores públicos vivem situação análoga à de uma pessoa obrigada a recorrer ao gerente de banco para pedir socorro. “Quando mais você precisa, mais o gerente nega a ajuda.”
Um dos presentes emendou, entre risos: “O Levy também é assim.” E o ministro Joaquim Levy (Fazenda), egresso da diretoria do Bradesco: “Estou apanhado sozinho.” Referia-se às críticas que vem recebendo em função do arrocho fiscal. Sua aparência de enfado deixou impressionados pelo menos três governadores.
Minutos antes, Dilma já havia tentado fazer graça com Levy. “Todos nós, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, enfrentamos restrições fiscais”, afirmara a presidente. “O governador Confúcio [Moura, do PMDB] me disse uma frase muito interessante. Contou que fazia ajuste fiscal diário, porque ele tinha uma superintendente que controlava diariamente os gastos de custeio, enfim, os gastos que o Estado de Rondônia tinha, e que, então, ele fazia.
Dilma prosseguiu: “Acho que todos nós fazemos controle diário de gastos. Vejo o riso estampado no rosto do Joaquim Levy.” O ministro sorriu amarelo.