domingo, 19 de julho de 2015

Com o cinismo habitual dos corruptos, Lula nega lobby para a Odebrecht e afirma que só ´recebeu` por palestras

Epoca


Em nota, construtora também citou as palestras como justificativa para viagens internacionais do ´consultor` com representantes da empresa



Lula, durante abertura da conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, em junho deste ano (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O Instituto Lula, questionado pelo jornal O Globo, negou que o ex-presidente Lula pratique ou tenha praticado tráfico de influência internacional. A assessoria disse ainda que o petista nunca recebeu pagamento para fazer lobby para a Odebrecht, uma das empresas investigadas na Operação Lava Jato.
“O ex-presidente não recebeu, não recebe e jamais receberá qualquer pagamento de qualquer empresa para dar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influência”, afirmou a assessoria, acrescentando que, no caso da Odebrecht, ele ganhou apenas para dar palestras, que por sua vez foram pagas através de notas fiscais e tiveram seus impostos recolhidos.
Em junho, ÉPOCA revelou que Lula e Alexandrino Alencar, lobista da Odebrecht e ex-diretor da companhia, preso na Lava Jato, estiveram juntos em viagens para o Panamá, Colômbia, Peru, Equador, Portugal, Angola e Gana, segundo relatório da Polícia Federal, além de Cuba e Guiné Equatorial. A construtora possui obras nesses países, sendo algumas financiadas pelo BNDES.

Segundo O Globo, a Odebrecht também citou as palestras do petista como justificativa para as viagens. “As visitas a Cuba foram realizadas durante outras viagens do ex-presidente a países nos quais realizou palestras”, afirmou a empresa, em nota. Disse ainda que seus representantes acompanharam Lula em visitas ao Porto de Mariel, em Cuba, somente porque a construtora é a responsável pela obra.
A assessoria de Lula negou que ele tenha atuado em favor da Odebrecht na privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), dePortugal. “Ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo”, disse a assessoria. “São inúmeras as empresas brasileiras que acompanham com interesse o processo de privatizações em curso em Portugal.”

A Odebrecht confirmou, também ao jornal O Globo, que Lula teve as despesas pagas pela empresa em 2013, quando realizou uma palestra em Portugal, e que a construtora tinha sim interesse na EGF. Sobre a conversa do ex-presidente com o primeiro-ministro português a respeito do caso, porém, não houve comentários.