quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

TCU identifica irregularidades em contratos da Eletrobras

 Ex-dirigentes da companhia receberam multas e foram inabilitados para funções públicas


O TCU recomendou o encaminhamento dos achados à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 


O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou sobrepreço de R$ 189,5 milhões e fragilidades na execução de contratos firmados entre a Eletrobras e o escritório de advocacia norte-americano, Hogan Lovells. A auditoria apontou superfaturamento, falta de estudos técnicos e ausência de um projeto básico adequado nos serviços prestados. 

A análise focou em um contrato de 2015, cujo objeto era a apuração de ilícitos vinculados à Operação Lava Jato. O TCU constatou que os valores pagos ao escritório de advocacia foram desproporcionais aos serviços prestados. 

Além disso, verificou deficiências no acompanhamento da execução contratual e irregularidades nas subcontratações. Ministro do TCU considera os procedimentos como “antieconômicos” Relator do processo, o ministro Benjamin Zymler classificou os procedimentos como “atos de gestão antieconômicos”. 

A auditoria evidenciou a ausência de planejamento adequado, o que comprometeu a execução do contrato e resultou em gastos excessivos. O relatório embasou sanções a ex-dirigentes da estatal. Executivos da ex-estatal receberam multas e foram inabilitados para funções públicas, incluindo o ex-presidente Wilson Ferreira Júnior, punido com multa de R$ 70 mil e inelegibilidade por seis anos.

 Com a privatização da Eletrobras em junho de 2022, o TCU arquivou os processos de Tomada de Contas Especial, mas manteve competência para responsabilizar gestores por atos praticados antes da desestatização. 




O TCU recomendou o encaminhamento da auditoria à AdvocaciaGeral da União (AGU) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que podem adotar novas medidas. 

A Eletrobras justificou a contratação do Hogan Lovells como essencial para preservar sua credibilidade e evitar penalidades da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).


Revista Oeste