Ao menos cinco funcionárias acusam Pedro Guimarães de comportamentos inadequados no exercício do cargo
Acusado de assédio sexual, o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, prepara a saída do governo. A expectativa é que o desligamento possa acontecer já nesta quarta-feira, 29.
Ao menos cinco funcionárias da Caixa acusam Pedro Guimarães de assédio sexual, conforme reportagem publicada na última terça-feira pelo jornal Metrópoles. Segundo a publicação, as mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação profissional.
Uma apuração sobre o episódio foi aberta na Procuradoria da República no Distrito Federal, e o caso tramita sob sigilo.
Paralelemente, Guimarães também pode ter de prestar depoimento no Senado sobre as denúncias, mesmo se deixar o cargo. Nesta quarta-feira, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou convocatória do presidente da Caixa na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa.
Como Pedro Guimarães faz parte do conselho da Caixa, sua saída teria de acontecer via colegiado da instituição ou então por meio de renúncia.
Presidente da Caixa próximo a Bolsonaro
Pedro Guimarães é atualmente um dos nomes mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) no governo. O presidente da Caixa está no cargo por indicação de Paulo Guedes, ministro da Economia, e ganhou a confiança do Executivo ao longo do mandato, participando de algumas lives do presidente nas redes sociais e de uma série de eventos oficiais nos últimos meses.
No final de maio, Pedro Guimarães discursou ao lado de Bolsonaro em Recife, durante pronunciamento do governo sobre a tragédia das chuvas na capital de Pernambuco. Na oportunidade, anunciou a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a moradores atingidos pela tragédia.
Há algumas semanas, Guimarães também esteve com o presidente da República na Bolsa de Valores de São Paulo, na cerimônia que marcou a conclusão do processo de privatização da Eletrobras.
Com um estilo de gestão considerado alternativo, o executivo de 51 anos provocou controvérsia quando apareceu em um vídeo, em dezembro de 2021, determinando que funcionários da Caixa fizessem flexões durante uma cerimônia em Atibaia (SP), sob o pretexto de motivação.
Segundo relatos de funcionários, a prática de “flexões motivacionais” também é comum na sede da Caixa em Brasília.
Revista Oeste