Atleta de e-sports joga Fortnite desde os 10 anos e conseguiu bolsas de estudo nos EUA
Matheus Guimarães Montenegro, 20 anos, foi aprovado em quase 30 universidades dos EUA devido a suas habilidades no jogo on-line Fortnite. Morador de São Vicente (SP), o jovem decidiu que vai para a Oklahoma Christian University, onde conseguiu uma bolsa de estudos de 75% no valor da mensalidade. Estudante de escola pública, o rapaz foi aprovado com bolsas entre 50% e 75% nas quase 30 universidades.
Montenegro vai cursar ciência da computação e deve iniciar a jornada em agosto, deste ano. Durante o processo seletivo, o jovem gravou os melhores momentos no jogo e enviou para as instituições. O Fortnite é um jogo de battle royale — onde o jogador explora lugares e objetos e luta por sobrevivência. No final, o último sobrevivente é o vencedor.
O paulista é um jogador assíduo do game desde os 10 anos de idade. Contudo, ele não imaginou que seu hobby pudesse ajudar a realizar um grande sonho: morar nos EUA. “Descobri o processo de estudar fora do Brasil em 2021,” disse Montenegro em entrevista ao G1, na segunda-feira 27. “Entretanto, não sabia sobre o e-sports [competição em jogos eletrônicos] nas universidades americanas.”
No final do ano passado, o jovem conheceu na internet um outro brasileiro que foi aprovado em pouco mais de 30 universidades como atleta de Fortnite. “Mandei uma mensagem para ele e me ensinou o básico”, observou Montenegro. Na tentativa de aperfeiçoamento, Matheus quase fez uma mentoria com o colega. Mas o valor cobrado era alto — quase R$ 12 mil. Assim, o paulista decidiu tentar sozinho. Montenegro entrou em contato com cada faculdade por um aplicativo de voz da comunidade de jogos. “Essa é uma forma bem mais rápida de conversar com as universidades”, disse.
As notas do ensino médio, carta de recomendação dos professores, atividades extracurriculares e redações precisaram ser apresentadas por Matheus. Um teste de inglês e uma entrevista também foram etapas para a aprovação nas instituições.
Trajetória acadêmica
Matheus explicou que, depois de terminar o ensino médio, sua expectativa de vida mudou por causa da paixão pelo e-sports. No ano passado, o jovem também ajudou a desenvolver um aplicativo em um programa virtual dos EUA.
Matheus joga Fortnite entre três e quatro horas por dia. Contudo, a bolsa na universidade escolhida não garante a ida do jovem aos EUA. Ele tem até 28 de julho para conseguir o valor de pouco mais de US$ 16,5 mil (quase R$ 85 mil). Caso consiga arrecadar a quantia, moradia, alimentação, visto de estudante e o restante do dinheiro para o curso estarão garantidos.
Por isso, o jovem criou uma “vaquinha” on-line intitulada “Matheus nos EUA”. Todo o valor doado será destinado a custear as despesas para iniciar sua jornada nos EUA.
Revista Oeste