sábado, 26 de janeiro de 2019

Adido militar da Venezuela em Washington renega Maduro e reconhece Guaidó como presidente

O adido militar da Venezuela em Washington José Luis Silva Silva Foto: Reprodução do Youtube


O adido militar da Venezuela em Washington José Luis Silva Silva Foto: Reprodução do Youtube

WASHINGTON - O coronel José Luis Silva Silva, até então adido militar da embaixada da Venezuela em Washington, abandonou o seu cargo neste sábado e anunciou o seu respaldo ao presidente da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino da Venezuela na quarta-feira.
— Esta adidância de Defesa não reconhece ao presidente Nicolás Maduro por considerá-lo um usurpador e reconhece a Juan Guaidó como presidente interino legítimo — afirmou, em um vídeo divulgado em redes sociais. — Esta posição está apegada à Constituição e às leis da Venezuela, e faz um chamado a meus irmãos militares que se somem ao respaldo a Guaidó.
Os militares são considerados o fiel da balança da Venezuela e principal esteio do poder de Maduro. A Assembleia Nacional aprovou leis de anistia para aqueles que desertarem do chavista, exceto em casos de crimes contra a humanidade.

Considera-se que a insatisfação seja mais elevada principalmente entre os militares de patente mais baixa do país, que sofrem mais com as difíceis condições econômicas do país. Acredita-se que também haja insatisfação entre os mais de 600 generais venezuelanos, embora o Exército seja rigidamente controlado pelos serviços de inteligência venezuelanos.
Não está claro se o Coronel Silva abandonou o seu posto ou se ainda continua a se considerar adido militar, uma vez que no vídeo postado nas redes sociais ele aparece com seu uniforme militar. Em uma entrevista para o jornal Miami Herald, ele ainda aparece descrito como assessor militar.
A Casa Blanca celebrou a decisão do Coronel Silva por meio de uma mensagem publicada no Twitter pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.
"O adido militar venezuelano em Washington caba de confirmar sua lealdade constitucional ao presidente interino, Juan Guaidó, um exemplo do papel dos militares na proteção da ordem constitucional, não apoiando os ditadores que reprimem seu próprio povo. Encorajamos os outros a fazer o mesmo ", disse Marquis.
Deserções em Brasília também são consideradas uma possibilidade por membros do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
No Itamaraty, há incerteza sobre a segurança dos diplomatas brasileiros em Caracas. Entende-se que a presidência interina de Guaidó não tem como oferecer segurança aos funcionários brasileiros, que podem ficar expostos a eventuais ataques de grupos paramilitares.
Há o entendimento de que o tratamento que receberão dependerá do que for oferecido aos diplomatas representantes do governo de Maduro, e vice-versa.


O Globo