terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Bolsas europeias fecham em alta e recuperam parte da perda com coronavírus

Investidores ajustaram posições em dia de noticiário mais calmo sobre surto, apesar de aumento do número de vítimas da doença Os investidores resolveram ajustar as posições depois dos tombos de ontem nos mercados de ações globais e levaram as principais bolsas da Europa a fechar esta terça-feira em alta consistente, embora não suficiente para apagar totalmente as perdas da véspera. O governo chinês elevou a contagem oficial de vítimas fatais do coronavírus a 106 pessoas hoje, mas o noticiário sobre o surto da doença segue relativamente calmo, sem novos desenvolvimentos para impulsionar ainda mais a aversão ao risco.
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O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,84%, a 417,56 pontos, depois da queda de 2,26% de ontem, a pior desde outubro do ano passado. O DAX, índice de referência da Bolsa de Frankfurt, recuperou 0,90% das perdas de 2,74% da véspera e encerrou com 13.323,69 pontos.
Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 subiu 0,93%, aos 7.480,69 pontos, ajudado em parte pela queda da libra, que cai 0,47% e está abaixo dos US$ 1,30, cotada a 1,29943. Dados fracos no varejo do Reino Unido reativaram as apostas de um corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) na próxima quinta-feira. O índice londrino é bastante influenciado por empresas exportadoras que se beneficiam quando a moeda britânica se desvaloriza.
Em Paris, o CAC 40 ganhou 1,07%, a 5925,82 pontos. O Ibex 35, da Bolsa de Madri, subiu 1,26%, a 9.484,20 pontos.
Entre os principais, o único índice acionário europeu que anulou totalmente as perdas de ontem foi o FTSE MIB, da Bolsa de Milão, que hoje fechou em alta de 2,61%, a 24.027,63 pontos, depois da queda de 2,31% da véspera.
Sem desviar a atenção dos desdobramentos do coronavírus, os investidores globais agora passam a monitorar também outros temas. Os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) iniciaram hoje a reunião de política monetária que terminará com a decisão sobre a taxa de juros amanhã. Não há expectativa de corte de juros, mas os mercados observarão se o BC americano dará algum sinal novo sobre mais estímulos futuros diante da situação.
Ainda nos EUA, a Apple divulgará nesta terça o seu balanço do último trimestre de 2019 depois do pregão das bolsas de Nova York. As expectativas são altas para os resultados, com especial interesse nas vendas do iPhone antes do lançamento deste ano para o aparelho 5G.
Na quinta-feira, no Reino Unido, será a vez de o Banco da Inglaterra (BoE) se reunir para decidir de mantém ou corta a sua taxa referencial de juros, atualmente em 0,75%. O evento será especialmente interessante depois de membros do banco central britânico terem sinalizado uma postura mais favorável ao afrouxamento monetário (“dovish”, no jargão dos bancos centrais), com tendência para um corte, embora dados econômicos positivos recentes sobre a economia britânica tenham reajustado a expectativa do mercado para a possível manutenção. Nesta tarde, de acordo com o CME Group, a probabilidade implícita apontada no mercado futuro está em 50% hoje para um corte de 25 pontos-base e 50% pela manutenção.
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