terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Bolsa tem recuperação depois de dia marcado por insegurança nos mercados

Em alta quase generalizada da carteira (apenas duas quedas), o Ibovespa intensifica os ganhos nesta manhã de pregão, tentando apagar parte das perdas do dia anterior, quando todos os mercados sofreram diante de preocupações com o alastramento do coronavírus no mundo. Números melhores da economia dos Estados Unidos e a fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, esta manhã em São Paulo, ajudam a direcionar os negócios. O mercado mantém a expectativa majoritária de corte da Selic. Nos EUA, as encomendas de bens duráveis subiram 2,4% em dezembro ante novembro, acima da previsão de queda de 0,3%.
Após iniciar o pregão na faixa dos 115 mil pontos, o principal índice à vista da B3 superou nesta manhã os 116 mil pontos, marca que fora registrada no último dia 17 (116.709,91 pontos). Apesar de o coronavírus ainda requerer cautela, a avaliação é de que as quedas nas bolsas pode ter sido exagera, abrindo espaço para correção nesta terça-feira.
Bolsa
Ibovespa se recupera nesta terça-feira Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou que há um caso suspeito de ter contraído coronavírus em Minas Gerais, de um paciente que esteve em Wuhan, na China. A recomendação é evitar viagens para o país.
A despeito dos temores de desaquecimento da economia do planeta por causa do espalhamento do coronavírus, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que dá pra dizer que na desaceleração global, já se viu o pior. Campos Neto afirmou que o movimento de rebalanceamento da economia chinesa é "superrelevante".
Faltando uma semana para o Comitê de Política Monetária (Copom), para o qual a maioria acredita em corte de 0,25 ponto porcentual na Selic, para 4,25% ao ano, o presidente do BC reafirmou que o choque dos preços das carnes foi antecipado, mas acredita que irá se dissipar rapidamente. Conforme ele, é importante mencionar que "vemos política monetária com engajamento lógico."

As principais taxas de juros no mercado futuro, contudo, seguiram perto da estabilidade após as palavras do presidente do BC. Às 10h30, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 era negociada em 4,325%, de 4,320% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2023 estava em 5,50%, de 5,51% ontem no ajuste. E o DI para janeiro de 2025 caía a 6,25%, de 6,27% no ajuste da véspera. O dólar à vista cedia 0,42%, a R$ 4,1922, em dia de ajuste.

Maria Regina Silva, O Estado de S.Paulo