Thiago Bronzatto - Veja
A bancada da Odebrecht era a mais poderosa do Congresso Nacional: o presidente do Senado, o presidente da Câmara, 29 senadores e 39 deputados no bolso
“Em geral, você não tem uma relação sustentável naquele toma lá dá cá.
Se você chegasse para o deputado ‘Pô, me apoia aqui’.
Se você chegasse para o deputado ‘Pô, me apoia aqui’.
Toda hora que você pede um apoio o cara diz ‘Eu quero tanto’. Não é uma relação sustentável.
Em geral, aquelas relações mais duradouras são as relações que ficam: o cara sempre te ajuda e você está sempre ajudando ele.”
Foi assim, nas palavras de Marcelo Odebrecht, que, durante décadas, maior empreiteira do país foi consolidando influência e poder dentro do Congresso Nacional, em nível só comparável ao de grandes partidos.
O método era simples e eficientes: o da cooptação financeira.
Parlamentares precisavam de dinheiro pra suas campanhas, e, em muitos casos, também para outras despesas.
A Odebrecht financiava os gastos, quase sempre por vias ilegais.
Por quê? É a regra elementar das organizações mafiosas: ao entregar dinheiro sujo aos deputados e senadores, a empresa conquistava mais que parceiros.
Ganhava cúmplices.
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