terça-feira, 11 de abril de 2017

Mantega e mais 3 pediram propina por negócio em fundo de pensão

Ex-ministro Guido Mantega
Ex-ministro Guido Mantega - 12/04/2013 (Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

Rodrigo RangelDaniel PereiraRobson Bonin - Veja


Para que a Previ comprasse dois prédios da Odebrecht, a empresa repassou R$ 27 milhões ao PT


Um dos inquéritos abertos pelo Supremo a partir da delação da Odebrecht vai investigar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e dois deputados por receber propinas em troca do compromisso de ajudar o braço imobiliário da empreiteira a obter recursos da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
De acordo com os depoimentos de três delatores da companhia, entre eles Marcelo Odebrecht, os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e João Carlos Bacelar (PR-BA), em parceria com o ex-deputado Cândido Vaccarezza e Guido Mantega, solicitaram “vantagem indevida” para ajudar a Odebrecht Realizações Imobiliárias a vender para a Previ um shopping e uma torre comercial localizados no condomínio Parque da Cidade, na Marginal Pinheiros, em São Paulo.
Com o aval de Mantega, dizem os depoentes, ficou definido que, caso fosse concretizada transação, a empreiteira liberaria em favor do Partido dos Trabalhadores um crédito de 27 milhões de reais. Desse valor, 5 milhões seriam destinados, especificamente, aos então deputados Zarattini e Vaccarezza. O despacho do ministro Edson Fachin que autoriza o inquérito contra os envolvidos na transação não menciona como o deputado Bacelar foi beneficiado. Ao relatar a negociata, os delatores entregaram documentos para comprovar o acerto.
A Previ anunciou a compra dos dois prédios em 2012. O negócio superou a casa dos 800 milhões de reais.