quarta-feira, 19 de abril de 2017

Maduro, comparsa da dupla corrupta Lula-Dilma, diz que quer eleições em breve na Venezuela. Dá para acreditar?

Com O Globo e agências internacionais


CARACAS — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que quer eleições em breve no país para "vencer definitivamente" o que chamou de uma batalha contra seu governo, em uma manifestação chavista no centro de Caracas. Maduro também anunciou a detenção de mais 30 pessoas e responsabilizou o presidente do Parlamento, Julio Borges, pela violências nas marchas. A oposição também se manifestava em Caracas nesta quarta-feira, em um grande protesto chamado de "mãe de todas as marchas".

Ao referir-se ao pedido de eleições, um dos principais motivos que leva a oposição às ruas, o chefe de Estado assegurou que é algo que o Conselho Nacional Eleitoral decidirá de maneira autônoma, o que espera que seja cumprido em breve. Mas a realização de eleições gerais, o presidente venezuelano descartou.

— Vocês estão preparados para a vitória eleitoral? Eu quero eleições em breve e ver a cara de [o presidente do Parlamento] Julio Borges e [do deputado Henry] Ramos Allup. Que busquemos um caminho pacífico para que a revolução bolivariana ponha no seu lugar os conspiradores, os assassinos e a direita intervencionista — disse Maduro em uma reunião política no centro da capital venezuelana. — Temos um poder eleitoral autônomo que tomará as decisões que tem que tomar e a Venezuela não aceitará jamais chantagem do Departamento de Estado, nem de fantoches da América Latina. Tudo o que tem que ser feito na política nacional é decidido pelas instituições, pelos venezuelanos — ele disse.

O presidente Nicolás Maduro renovou as acusações contra o presidente do Parlamento:

— Julio Borges, você é o chefe do golpe de Estado. Depois não se queixe quando chegar a justiça. Estou decidido a defender a pátria e não vou retroceder nem um milímetro.

As eleições para governador deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, mas o poder eleitoral as suspendeu e ainda não há data para sua realização. As de deputados estão marcadas para este ano e a eleição presidencial para dezembro de 2018.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pressiona pela suspensão da Venezuela do organismo se o país não convocar em breve eleições gerais.

PROTESTOS DEIXAM DOIS MORTOS

Ao menos dois jovens morreram após serem baleados nos protestos da oposição nesta quarta-feira — chamados de "a mãe de todas as marchas" —, disseram opositores e fontes oficiais. Ambos não estavam participando das manifestações. Um confronto em Caracas teria começado na Plaza La Estrella, um dos seis pontos de concentração convocados pela Mesa de Unidade Democrática (MUD).

Em Caracas, Carlos José Moreno Baron, de 17 anos, foi atingido por um tiro na cabeça quando estava indo jogar futebol. Ele foi levado ao Hospital das Clínicas de Caracas, mas morreu durante uma cirurgia. O jovem cursava o primeiro semestre do curso de economia na Universidade Central da Venezuela. Já no estado de Táchira, uma jovem de 23 anos foi morta em outro protesto, que teve mais de cem feridos por asfixia a gás lacrimogêneo, após confronto.. Opositores acusaram o governo de usar milícias para atacar os manifestantes.