terça-feira, 11 de abril de 2017

Ex-presidente do BB Aldemir Bendine pediu ‘vantagem indevida’ para Odebrecht, dizem delatores

(Divulgação)
Laryssa Borges - Veja

Bendine apresentou-se como interlocutor de Dilma 'trambique' e deu indicativos de que poderia “agir em busca de atenuar os avanços” da Lava-Jato


Segundo os delatores Marcelo Odebrecht e Fernando Santos Reis, entre 2014 e 2015 o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine pediu “vantagem indevida” para atuar em nome dos interesses da Odebrecht Ambiental. Em outra ocasião, delatores detalharam que o dinheiro que deveria ser pago seria equivalente a 1% da dívida alongada da Odebrecht Ambiental perante o Banco do Brasil e serviria para “permitir” a renegociação de um débito da empresa junto à instituição financeira.
Ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público em busca de penas menores na Lava-Jato afirmaram que o ex-presidente do Banco do Brasil também apresentou-se como um “interlocutor da Presidente da República” e deu indicativos de que poderia “agir em busca de atenuar os avanços” da investigação. Os delatores afirmaram que, por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como o departamento de propina do conglomerado, foram pagas três parcelas de 1 milhão de reais “diante da insistência de André Gustavo”.
Em fevereiro de 2015, Aldemir Bendine assumiu a presidência da Petrobras no processo de transição da petroleira, assolada pelos escândalos de corrupção investigados na Operação Lava-Jato. Entre suas incumbências estava referendar e incluir no balanço do 3º trimestre de 2014 o cálculo de perdas com o propinoduto. O caso envolvendo Bendine não deve ficar no STF pelo fato de o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil não ter direito a foro privilegiado.
Confira as acusações feitas pelos delatores e clique em leia mais para saber o que pesa cada um (a lista está sendo atualizada):
GERALDO ALCKMIN (PSDB-SP) – governador usava cunhado para receber propina (leia mais)
AÉCIO NEVES (PSDB-MG) – senador teria recebido mesada de até 2 milhões de reais (leia mais)
DILMA ROUSSEFF (PT) – ex-presidente teria recebido 150 milhões para campanhas (leia mais)
ROMERO JUCÁ (PMDB-RR) – senador recebeu propina para defender interesses da Odebrecht (leia mais)
RENAN CALHEIROS (PMDB-AL) – com Jucá, recebeu R$ 5 milhões para aprovar MP (leia mais)
EDISON LOBÃO (PMDB-MA) – senador levou R$ 5,5 milhões de reais da empreiteira (leia mais)
FERNANDO COLLOR (PTC-AL) – recebeu 800 mil reais na campanha eleitoral de 2010 (leia mais)
LINDBERGH FARIAS (PT-RJ) – recebeu 4,5 milhões de reais em propinas nas eleições de 2008 e 2010 (leia mais)
CIRO NOGUEIRA (PP-PI) – recebeu 1,6 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2014 (leia mais)
EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ) – ex-deputado teria arquitetado plano para sepultar a Lava Jato (leia mais)
BLAIRO MAGGI (PP-MT) – ministro recebeu R$ 12 mi para ajudar a liberar crédito da empresa (leia mais)
VICENTE CÂNDIDO (PT-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais para viabilizar Itaquerão (leia mais)
JORGE PICCIANI (PMDB-RJ) – recebeu caixa dois da Odebrecht nos anos de 2010 e 2012 (leia mais)
PAULO HARTUNG (PMDB-ES) – recebeu 1 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2012 (leia mais)
HÉLDER BARBALHO (PMDB-PA) – recebeu 1,5 milhão  de reais  em três parcelas (leia mais)
RICARDO FERRAÇO (PSDB-ES)  executivos dizem que repassaram a ele 400.000 reais via caixa dois (leia mais)
ALDEMIR BENDINE – ex-presidente do BB e da Petrobras, recebeu dinheiro para ajudar a Odebrecht (leia mais)
ALFREDO NASCIMENTO (PR-AM) – ex-ministro de Lula e Dilma, recebeu 200 mil reais via caixa 2 (leia mais)
JOÃO BACELAR FILHO (PR-BA) – recebeu 250 mil reais da Odebrecht para ajudar em MP (leia mais)
CELSO RUSSOMANO (PP-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais na campanha de 2010 (leia mais)
ZECA DIRCEU (PT-PR) – filho de José Dirceu teria recebido 250 mil reais para campanha (leia mais)
CARLOS ZARATTINI (PT-SP) – líder do partido recebeu propina para atuar em favor de MPs (leia mais)