Com Folha de São Paulo
Era 3 de agosto de 1981, e o presidente Ronald Reagan enfrentava a maior crise aérea dos EUA até então. Em protesto por melhores condições de trabalho, maiores salários e redução da jornada para 32 horas semanais, os controladores de vôo de todo o país fecharam o espaço aéreo para aviões de carreira.
Sob o argumento de que o ato colocava em risco a segurança nacional, Reagan deu um ultimato de 48 horas para a categoria voltar à ativa. Mas ele tinha um plano B.
Descumprida a determinação (só 10% dos controladores da época voltaram ao trabalho), o presidente exonerou 11.359 grevistas, que também foram banidos, ao menos temporariamente, do serviço público.
Nos EUA, greve em serviços públicos essenciais é crime, de acordo com a Taft-Hartley (sobrenomes do deputado e do senador que a redigiram), de 1947.
O plano B do então secretário de Transportes, Drew Lewis: convocar operadores aposentados, militares da Força Aérea, deslocar engenheiros de vôo para as torres em terra e nomear controladores em treinamento. Resultado: 80% da frota foi mantida no ar, e Reagan saiu fortalecido da crise.