segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Youssef diz que entregou propina na casa do ex-ministro Mário Negromonte. É a quadrilha Lula-Dilma!

Cleide Carvalho, Germano Oliveira e Renato Onofre - O Globo

Doleiro afirmou que entregas foram feitas quando ele era ministro de Dilma



Mário Negromonte - André Coelho / Agência O Globo


O doleiro Alberto Youssef afirmou que entregou dinheiro de propina na casa de Mário Negromonte quando ele era ministro das Cidades da presidente Dilma Roussef. Negromonte, segundo ele, era um dos líderes do PP que passaram a repartir a propina destinada ao partido dos contratos firmados entre empreiteiras e a diretoria de Abastecimento da Petrobras, depois da morte do deputado José Janene, falecido em 2010. 
Negromonte foi líder do PP na Câmara dos Deputados de 2006 a 2010. Em dezembro de 2010, assumiu o Ministério das Cidades, onde permaneceu até fevereiro de 2012. Atualmente, é conselheiro o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia.
Segundo Youssef, os demais líderes da cúpula do PP que direcionavam valores de propina eram João Pizzolati, Pedro Corrêa e Nelson Meurer. O doleiro disse que entregava os valores diretamente na casa destes líderes, que se encarregavam de distribuir a outros integrantes do partido.

- Eu entregava os valores na casa do líder, ou na casa do na época ministro Mário Negromonte, e eles dividiam as propinas entre eles - afirmou Youssef.

Youssef relatou que em 2011 ou 2012 houve uma briga no PP sobre os pagamentos de propinas da diretoria de Abastecimento da Petrobras. O grupo liderado por Ciro Nogueira, Artur de Lira, Benedito de Lira e Aguinaldo Ribeiro se rebelou contra o grupo comandado por Pedro Corrêa, Mário Negromonte, Nelson Meurer e João Pizolatti e tirou Negromonte do Ministério das Cidades e exigiu que os pagamentos das propinas fossem feitos para o novo grupo.


- Depois do racha, esse novo grupo começou a receber o dinheiro. Mesmo assim, continuamos pagando para Pedro Corrêa. Enquanto Paulo Roberto Costa permaneceu lá na Petrobras, até 2012, a ordem era para continuar pagando o Pedro Corrêa. Então por um período pagamos para os dois grupos.

“O senhor falou que recebia ordens sobre a distribuição do dinheiro. Quem dava as ordens?” - quis saber a representante do Ministério Público Federal.

- Num primeiro momento, quem dava as ordens era o deputado José Janene. Depois, era o Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras. E eu entregava o dinheiro para a cupula do PP, dirigida pelo Mário Negromonte, Pedro Corrêaa, João Pizolatti e Nelson Meurer.

Youssef disse que pagou apenas para o então deputado Pedro Corrêa R$ 7,5 milhões em 2010, ano de campanha, a arrecadação aumentou. Segundo ele, os quatro integrantes da cúpula do PP receberam, individualmente, entre R$ 200 mil a R$ 700 mil por mês em 2010. 

Os valores para Corrêa eram entregues por Rafael Ângulo a Adarico Negromonte, irmão de Mário Negromonte. Adarico Negromonte foi absolvido em ação movida na Operação Lava-Jato por falta de provas.

O doleiro voltou a afirmar que o pagamento de propina ao PP foi feito devido à indicação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, e que o valor correspondia a 1% do total dos contratos, incluindo aditivos. Do total da propina, 60% iam para o partido, 30% para o então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, 5% para ele próprio (Youssef) e 5% para João Cláudio Genú, ex-assessor do PP.

Mário Negromonte não foi localizado pelo GLOBO para comentar a acusação.