quinta-feira, 9 de julho de 2015

"PT: falta governo", po Ilimar Franco

O Globo


A oposição não está só na crítica à gestão da presidente Dilma. Em reunião realizada na segunda-feira, a bancada petista concluiu que “falta governo” e que isso amplifica a instabilidade. Os petistas criticaram a articulação feita pelo vice Michel Temer. Para eles, a questão não está resolvida. “Todos disseram que faltam governo e articulação”, resumiu um dos deputados presentes. 
O diagnóstico e o remédio
Os petistas preparam uma carta, para entregar à presidente Dilma, com um diagnóstico da situação e um remédio para superar as agruras. Os petistas reclamam, embora eles também nem sempre votem com o governo, que há partidos que têm ministérios mas não sustentam o apoio ao governo nos plenários da Câmara e do Senado. “É preciso cobrar fidelidade dos ministros”, exigem os petistas. Para eles, o trabalho de Temer deixa a desejar. Citaram como exemplo o reajuste dos aposentados pelo índice do salário-mínimo. “Ganhamos a votação do mínimo e perdemos a emenda dos aposentados. Não adianta ganhar uma e perder outra”, torpedeiam os petistas.
“Isso não é problema. Eles não têm ascendência maior sobre o movimento. Não têm força. Eles adensam, mas não dirigem” 
José Aníbal 
Suplente do senador José Serra (PSDB-SP), sobre a presença de segmentos de direita nos protestos contra a presidente Dilma
Baixar a temperatura
Apesar dos rebeldes, a orientação do Planalto para os petistas é conter o ímpeto. É preciso saber apanhar. A avaliação é a de que a radicalização é ruim para o governo. A palavra de ordem é o diálogo e a defesa técnica. 
Álvaro Dias

Um lugar ao sol
Senador com mandato até 2022, Álvaro Dias não perde nada se disputar a Presidência no próximo pleito. Por isso, tem feito sondagens no PDT, partido de seu irmão, Osmar Dias, que é vice-presidente do Banco do Brasil. Álvaro já tratou do assunto com o presidente trabalhista, Carlos Lupi. O PDT já definiu que terá candidato ao Planalto em 2018. 
Duas linhas de ação
O PSDB aecista quebrou a unidade dos tucanos paulistas. Alguns admitem se integrar ao processo para destituir a presidente Dilma (impeachment ou TSE ou TCU). Uma ala continua avaliando que a presidente pode atravessar este momento. 
Transferência de piolhos
A publicidade das resistências em abrir mãos dos cargos de segundo escalão e nos estados está fazendo o PT assumir a pecha de fisiológico. Esse rótulo, registram observadores políticos, era do PMDB. A postura dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, esnobando as nomeações, faz a diferença. 
Fim da orgia
A reunião de líderes na Câmara sobre a reforma política foi marcada pelo chororô dos nanicos. O texto prevê que apenas as cinco maiores siglas de uma coligação contam na distribuição do tempo de TV. Eles vão perder poder de barganha. 
Reviravolta 
Os relatores da reforma política, Rodrigo Maia (Câmara) e Romero Jucá (Senado) conversaram sobre o tema ontem. Os senadores não aceitam manter as coligações nas eleições proporcionais. Jucá não se comprometeu com o fim da reeleição. 
O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), distribuiu no plenário ingressos para Vasco x São Paulo, no Mané Garrincha, na noite de ontem.