Apresentado na segunda-feira (20), relatório de indiciamento cita anotações encontradas em celulares do presidente da Odebrecht, preso desde junho
Anotações encontradas em telefones celulares do empresárioMarcelo Odebrecht indicam que o executivo tentou "atrapalhar" as investigações da Operação Lava Jato antes de ser preso. Segundo o portal G1, a informação está no relatório apresentado pela Polícia Federal nesta segunda-feira (20), que justifica o indiciamento do presidente da holding Odebrecht S.A.
De acordo com o documento, as anotações citam políticos, autoridades públicas, doações de campanha, pagamentos diretos e influências junto a instituições, incluindo o Judiciário. Os nomes, em geral, eram escritos em siglas. Para o delegado Eduardo Mauat da Silva, o caso mais grave envolve a ajuda de dissidentes da PF na tentativa de barrar o andamento das investigações.
"Marcelo ainda elenca outros passos que devem ser tomados identificando-os como 'ações B', tido aqui como uma espécie de plano alternativo ao principal. Dentre tais ações estão 'parar apuração interna', 'expor grandes', 'desbloqueio OOG' (Odebrecht Óleo e Gás), 'blindar Tau' e 'trabalhar para para/anular (dissidentes PF...)'", diz o relatório, segundo o G1.
Entre os nomes citados, há referências ao ex-presidente Lula e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aparece como "ECunha" em uma das anotações, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Não se sabe, porém, em que contexto Marcelo Odebrecht pensou neles.
Segundo a polícia, "MT" é o vice-presidente Michel Temer (PMDB), "GA" é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), "FP" é o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e "JW" é o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT).
Além de Marcelo, foram indiciadas nesta segunda-feira outras sete pessoas acusadas de envolvimento em esquemas de corrupção nos contratos da Petrobras com a construtora Odebrecht. Os crimes são de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e crime contra a ordem econômica. Confira lista completa abaixo:
- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da holding Odebrecht S.A.
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da Odebrecht
- Márcio Farias da Silva, diretor da Odebrecht
- César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht
- Celso Araripe de Oliveira, funcionário da Petrobras
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empresa Freitas Filho Construções Limitada
- João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da Odebrecht
- Márcio Farias da Silva, diretor da Odebrecht
- César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht
- Celso Araripe de Oliveira, funcionário da Petrobras
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empresa Freitas Filho Construções Limitada
- João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht
Com o indiciamento, o Ministério Público Federal (MPF) analisará o relatório e decidirá se leva o caso à Justiça Federal. Se levar à Justiça, o juiz Sergio Moro pode transformar os acusados em réus.
Marcelo Odebrecht foi preso em 19 de junho, junto com outros executivos da Odebrecht e da construtora Andrade Gutierrez, na 14ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A operação investiga corrupção e superfaturamento em contratos de empreiteiras com empresas públicas, como a Petrobras.