segunda-feira, 20 de julho de 2015

Inadimplência de empresas em alta: onde foi que escorregamos?

Com Blog Rodrigo Constantino - Veja


O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou um aumento de 5,38% no primeiro semestre de 2015, de acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). No mesmo período do ano passado, a variação foi de 4,86%.
Em junho, o aumento no número de empresas inadimplentes aumentou 8,05% na comparação com o mesmo mês do ano passado, sendo o segundo maior crescimento desde agosto de 2013. Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o ritmo acelerado do crescimento da inadimplência entre empresas é reflexo da forte deterioração da economia ao longo do ano. “O ajuste monetário que visa a redução da inflação, ainda que importante, tem fortes efeitos sobre o faturamento das empresas e sobre o custo do capital”, diz Pinheiro.
Na comparação com o mês anterior, o indicador se manteve praticamente estável, com variação de 0,09%, mas sucedendo três meses de fortes altas, desde março.
O número de empresas devedoras cresceu em todos os setores, na comparação com junho de 2014. O destaque ficou por conta do setor de Serviços, englobando Bancos e Financeiras, e que, como nos meses anteriores, liderou o avanço da inadimplência, com um crescimento de 12,56%. A segunda maior alta ficou por conta da Indústria, com crescimento 8,71% das empresas devedoras.
Não está fácil para ninguém. Como se pode ver, as trapalhadas do PT têm custado muito caro ao país, e assim deve continuar por um bom tempo. Culpar o “ajuste fiscal” (bem menor do que deveria ser) ou o aumento de juros (necessário para conter a inflação de 9%) é atacar os sintomas, não as causas dos problemas. É olhar para onde caímos, não para onde escorregamos.
Escorregamos na “nova matriz macroeconômica”, idealizada pelos desenvolvimentistas da Unicamp e pelo governo Dilma. Escorregamos na gastança irresponsável do governo Lula já em 2010, para eleger seu “poste”, sua criatura da qual hoje ele quer distância, por oportunismo político. Escorregamos quando um Banco Central subserviente ao Planalto deixou de perseguir a meta de inflação.
Escorregamos, ainda, quando o próprio governo fomentou um endividamento irresponsável na economia, a começar por ele mesmo. Escorregamos quando o governo, por fatores ideológicos, decidiu intervir em vários setores da economia, prejudicando o ambiente para investimentos produtivos.
Escorregamos, em suma, quando colocamos no poder populistas incompetentes e corruptos. Escrevo no coletivo, pois nós, brasileiros, escorregamos todos juntos. Mas a verdade é que muitos não tiveram culpa, foram tragados pelos que viram a miragem no deserto e acreditaram na ilusão de ótica. Agora todos pagam juntos o pato. E o tombo não será pequeno…