Filipe Coutinho - Epoca
Na época, a presidente era ministra da Casa Civil e o dono da UTC representava a Abemi
A fim de se desvencilhar de um dos delatores da Lava-Jato, o empreiteiro Ricardo Pessôa, a presidente Dilma Rousseff deu entrevista afirmando jamais ter recebido Pessôa no Palácio do Planalto, em seu primeiro mandato. Verdade. Mas Dilma deixou de dizer que conhece Pessôa e que esteve reunida com ele duas vezes em 2008, quando era ministra da Casa Civil e, ele, representante da Associação Brasileira de Engenharia Industrial. Entre os assuntos, Petrobras. Nas reuniões, os participantes falavam com empolgação sobre a construção de 28 sondas de perfuração para a Petrobras. Era o prenúncio da Sete Brasil, empresa criada em 2011, irrigada com recursos dos fundos de pensão de estatais e objeto da cobiça das empreiteiras. Destaques das reuniões foi o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Édison Lobão. Ele disse que o governo acompanharia o assunto de perto. Não exagerava. É acusado no petrolão.
