A advogada Beatriz Catta Preta deu nesta quinta entrevista ao "Jornal Nacional" em que revela que foi ameaçada por causa da sua atuação na Operação Lava Jato.
De acordo com interlocutores que sabem o teor da conversa, as declarações de Catta Preta são "muito fortes".
A reportagem vai ao ar nesta quinta.
A advogada conduziu o acordo de delação premiada de nove dos 17 investigados na Operação Lava Jato que decidiram colaborar com a Justiça em troca de penas mais leves.
Pedro Ladeira - 10.mar.15/Folhapress | ||
A advogada Beatriz Catta Preta |
Há algumas semanas, a CPI da Petrobras decidiu convocá-la para prestar esclarecimentos sobre a origem dos honorários pagos a ela pelos clientes investigados no escândalo da Petrobras. A OAB protestou dizendo que a iniciativa ameaça o direito de defesa no país. Nesta quinta, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, liberou a advogadade ter que prestar esclarecimentos à comissão.
O requerimento de convocação de Catta Preta foi apresentado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), acusado por outro réu, o doleiro Alberto Youssef, de agir na CPI como "pau-mandado" do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar nega e diz que age por conta própria.
Na sexta-feira, Catta Preta postou na página de seu escritório, no Facebook, mensagem enigmática: "Cada pessoa, escreveu John Rawls, possui uma inviolabilidade fundada na Justiça que nem o bem-estar da sociedade como um todo pode sobrepor. Portanto numa sociedade justa os direitos assegurados pela Justiça não estão sujeitos à barganha política ou ao cálculo dos interesses sociais".
O fato de ela ter deixado o país num momento em que gozava de prestígio, sendo procurada por diversos investigados, deixou advogados, promotores e parlamentares perplexos.