Mais cinco investigados no âmbito da Operação Lava-Jato resolveram se juntar aos 17 já compromissados com as delações premiadas. Seus nomes ainda não foram revelados e alguns estão sendo considerados, entre eles, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, todos ex-diretores da Petrobras. Outra delação esperada é a de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.
O conjunto das delações representa a mais poderosa revelação sobre o capitalismo de laços no Brasil e sobre como ele domesticou os recursos públicos para fins privados. Sobre quantas empresas deixaram de poder concorrer e mostrar seus serviços. Sobre quantos empregos deixaram de ser criados se houvesse maior competição entre os fornecedores das empresas públicas.
Caso se confirmem as suspeitas de que Duque e Pinheiro, por exemplo, estarão entre os novos delatores, o clima pode piorar muito, já que ambos têm um estoque explosivo de revelações sobre o modus operandi do esquema desvendado pelas sucessivas etapas da investigação policial.
Sem saber a real extensão do escândalo, o tempo brasileiro está completamente dominado pelo Petrolão. Nenhum ator entre os essenciais da cena institucional brasileira está livre de suas consequências. Mesmo que não sejam atingidos diretamente, os efeitos colaterais afetam projetos e planos. Penduram a existência do governo em uma espécie de frigorífico que, a qualquer momento, pode ficar sem energia.
O início do segundo semestre político traz manchetes bombásticas. Avalia-se, por exemplo, que Eduardo Cunha pode sair da presidência da Câmara. Outros apontam pautas-bomba e a criação de CPIs. Tudo é relativamente pequeno frente ao que pode acontecer a partir das novas delações, que, além de terem o poder de revelar novos fatos, se encaixam em outros já revelados e apontam culpas fatídicas.
As opções que se apresentam são absolutamente incertas. Uns pensam que as manifestações de rua podem deflagrar o processo de impeachment. Creio que não. O Congresso, como um todo, está estupefato com os acontecimentos. E ainda não sabe o que fazer com o problema. A reação dura de Cunha contra o Planalto pode ser mantida? Sim e não. Mas terá ele o condão de mover a maioria para a aventura do impeachment sem um fato concreto e absolutamente inquestionável? Sim e não.
A certeza que temos é a de que a força das delações aumenta, sobremaneira, o poder do que não se sabe sobre os destinos do país. O que ainda está encoberto é que determinará o rumo dos acontecimentos.
O conjunto das delações representa a mais poderosa revelação sobre o capitalismo de laços no Brasil e sobre como ele domesticou os recursos públicos para fins privados. Sobre quantas empresas deixaram de poder concorrer e mostrar seus serviços. Sobre quantos empregos deixaram de ser criados se houvesse maior competição entre os fornecedores das empresas públicas.
Caso se confirmem as suspeitas de que Duque e Pinheiro, por exemplo, estarão entre os novos delatores, o clima pode piorar muito, já que ambos têm um estoque explosivo de revelações sobre o modus operandi do esquema desvendado pelas sucessivas etapas da investigação policial.
Sem saber a real extensão do escândalo, o tempo brasileiro está completamente dominado pelo Petrolão. Nenhum ator entre os essenciais da cena institucional brasileira está livre de suas consequências. Mesmo que não sejam atingidos diretamente, os efeitos colaterais afetam projetos e planos. Penduram a existência do governo em uma espécie de frigorífico que, a qualquer momento, pode ficar sem energia.
O início do segundo semestre político traz manchetes bombásticas. Avalia-se, por exemplo, que Eduardo Cunha pode sair da presidência da Câmara. Outros apontam pautas-bomba e a criação de CPIs. Tudo é relativamente pequeno frente ao que pode acontecer a partir das novas delações, que, além de terem o poder de revelar novos fatos, se encaixam em outros já revelados e apontam culpas fatídicas.
As opções que se apresentam são absolutamente incertas. Uns pensam que as manifestações de rua podem deflagrar o processo de impeachment. Creio que não. O Congresso, como um todo, está estupefato com os acontecimentos. E ainda não sabe o que fazer com o problema. A reação dura de Cunha contra o Planalto pode ser mantida? Sim e não. Mas terá ele o condão de mover a maioria para a aventura do impeachment sem um fato concreto e absolutamente inquestionável? Sim e não.
A certeza que temos é a de que a força das delações aumenta, sobremaneira, o poder do que não se sabe sobre os destinos do país. O que ainda está encoberto é que determinará o rumo dos acontecimentos.