Clarice Spitz - O Globo
Na comparação com o mesmo mês de 2014, recuo foi 9,1%, o maior desde julho de 2009, segundo o IBGE
As previsões de economistas dos principais bancos e corretoras compiladas pela agência Bloomberg era de uma variação entre -2,5% e 1,3% na passagem entre janeiro e fevereiro, e de uma variação entre -6,7% e -12,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na média, as previsões eram de recuo de 1,6% contra janeiro e de 10,1% frente a fevereiro de 2014, ou seja, o resultado ficou acima das expectativas.
A principal influência negativa veio do setor de bens de capital, indicador de investimentos, com queda de 4,1% frente a janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o tombo é de 25,7%. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis caiu 0,5% frente a janeiro, e 8,9% em relação a fevereiro de 2014. Já o de bens intermediários (insumos para a indústria) recuou 0,1% frente a janeiro e 4% em comparação ao mesmo período de 2014.
Em janeiro, o resultado foi revisado de alta de 2% da atividade da indústria para avanço de 0,3%. Também o tombo do ano passado foi recalculado de 3,3% para 3,2%, mas se manteve no pior patamar desde 2009 (7,1%). O desempenho em dezembro foi revisto de -3,2% para -1,6% frente a novembro.
No ano, a produção industrial cai 7,1% frente ao mesmo período do ano passado. No último trimestre de 2014, a queda havia sido de 4,2% e no terceiro trimestre, de 3,6%, na mesma base de comparação.
Segundo o IBGE, nos dois primeiros meses do ano, apenas dois ramos tiveram alta. A principal contribuição para a queda no bimestre partiu de automóveis, caminhões e carrocerias, que recuaram 24,7%. Os televisores, placas de circuito e celulares tiveram a segunda maior influência, com queda de 29,4%.
PIB FRACO
Na semana passada, o IBGE divulgou que o PIB cresceu apenas 0,1% em 2014 e adiou para este ano, na opinião de especialistas, uma recessão. No último Boletim Focus, especialistas projetam uma retração de 1% da atividade econômica para 2015.
De acordo com as contas da pesquisa, diferentes do levantamento mensal, a indústria registrou queda de 1,2% em 2014. O único segmento do setor que cresceu no ano passado foi extrativa mineral, com alta de 8,7%.
A construção civil recuou 2,6%, mesma taxa da produção e distribuição de eletricidade, gás e água. A indústria de transformação teve tombo de 3,8%, puxada para baixo por indústria automotiva, máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos e produtos de metal.