Depois de dizer que várias obras de infraestrutura no país vão parar por falta de recursos e pelos efeitos da Operação Lava Jato sobre as empreiteiras, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, deixou a audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado dizendo que foi mal interpretado.
"Vocês estão levando para outro lado. Não vai atrasar. Eu vou adequar a um cronograma novo. Não é atrasar, é adequar", disse.
Ao iniciar sua exposição aos senadores, Rodrigues explicou que não poderia detalhar projetos ou fazer previsões já que o ministério ainda não tem previsão de quanto poderá investir no ano.
"As obras estão todas em andamento e nós vamos ter recursos até o final de maio e vamos dar continuidade em todas as obras sim, só que eu vou ter obras prioritárias", disse a jornalistas ao deixar a comissão.
Sobre a agenda positiva que a presidente Dilma Rousseff pretende criar para o setor de infraestrutura –que começou a ser discutida em uma reunião no último sábado– o ministro afirmou que ainda não tem detalhes, mas que irá discutir o assunto nesta tarde com sua equipe e definir quais serão as obras prioritárias.
"Ela vai lançar e nós vamos ter que executar. Eu vou ter um novo cronograma dependendo do recurso financeiro", completou.
AUDIÊNCIA
Durante a audiência, Rodrigues disse também que sua grande preocupação "é ter recursos para manutenção" do setor de infraestrutura.
"Eu estava falando com o Blairo [Maggi senador PR-MT] lá na antessala e ele falou que vai jantar com o Levy [ministro da Fazendas] hoje à noite. E eu disse que ele peça ao socorro para os transportes."
Ele completou que "nunca" esperava chegar ao início de maio sem saber o que terá de recursos. "Estou acabando de pagar ainda dezembro e iniciando janeiro."
E comentou que a Operação Lava Jato e as denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras prejudicam ainda mais o desenvolvimento dos projetos.
"Tudo que aconteceu e que está acontecendo no Brasil afetou muito o meu setor de transporte. Por quê? As grandes empresas estão na Lava Jato, as que tinham suporte para aguentar a fase de atraso de pagamentos. E as pequenas não têm."