quarta-feira, 1 de abril de 2015

A crise de Dilma! Vendas de veículos apresentam queda de 17% no primeiro trimestre deste ano

João Sorima Nato - O Globo

Na comparação com o mesmo período do ano passado. Em março, foram vendidas 234,6 mil unidades


As vendas de veículos encerraram em queda no primeiro trimestre do ano confirmando a retração do setor automotivo no país verificada desde o ano passado. Segundo os números apurados pelo GLOBO, as vendas de veículos de passeio, utilitários, ônibus e caminhões encolheram 17,03% entre janeiro e março deste ano frente ao mesmo período do ano passado. Foram vendidas 674,3 mil unidades frente às 812,7 mil unidades comercializadas nos primeiros três meses de 2014.

Quando se consideram apenas as vendas de carros de passeio e utilitários, a queda na vendas é um pouco maior, atingindo 19,7%. Até março, foram comercializados 646,9 mil unidades frente às 805,7 mil unidades vendidas nos três primeiros meses de 2014. A Anfavea, associação que reúne as montadoras, prevê vendas estáveis este ano, em relação ao ano passado, quando foram comercializados 3,4 milhões de unidades, mesmo patamar de 2010 e uma queda de 7% em relação ao ano anterior.

- Nós acreditamos que os estímulos dados ao crédito e a nova legislação, que permite a retomada rápida do bem em caso de inadimplência, devem reaquecer os negócios - disse Luiz Moan, presidente da Anfavea, na primeira reunião da associação este ano.

No mês de março, as vendas totais (incluindo ônibus e caminhões) mantiveram o ritmo de queda dos dois primeiros meses do ano. O total vendido chegou a 234,6 mil no mês passado, uma queda de 2,6% frente às 240,8 mil unidades comercializadas em março de 2014.

FREIO NO CRESCIMENTO

A indústria automobilística vem perdendo força desde o ano passado. Com a economia crescendo pouco, a inflação em alta e o o índice de desemprego aumentando, o consumidor está mais cauteloso e evita fazer dívidas de longo prazo.

Além disso, o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, em janeiro deste ano, também é um fator que desestimula o consumidor. Embora as montadoras afirmem que estão mantendo os preços praticados no ano passado, os reajustes devem acontecer com o fim do desconto no imposto. O IPI mais baixo era um estímulo do governo ao setor e estava vinculado à manutenção do emprego.

As montadoras já começam a ajustar suas linhas de montagem à menor demanda e enxugam o quadro. Apenas nos dois primeiros meses do ano, a Anfavea estima que as fábricas demitiram mais de mil pessoas. Há também lay-offs (que é a suspensão temporária de contrato de trabalho), programas de demissão voluntária em curso e férias coletivas em andamento. Esta semana, a fábrica da Volkswagen em Taubaté, no interior de São Paulo, deu férias coletivas de 20 dias a 4.200 funcionários. A unidade produz os modelos Up!, Gol e Voyage.