sexta-feira, 17 de outubro de 2025

O triunfo de Trump na diplomacia do Oriente Médio

A paz não nasce da passividade, mas da ousadia de enfrentar o caos. Donald Trump sabe que diplomacia sem firmeza é apenas retórica







N o epicentro das discussões globais desta semana, líderes contemporâneos ecoam os estadistas que conquistaram a paz por meio da resolução inabalável. Donald Trump rompeu com a diplomacia convencional, redefinindo a política internacional através da iniciativa, não da inércia. Sob sua condução, o que parecia um conflito intratável no Oriente Médio começa a se transformar em um caminho viável para a conciliação. 

A primeira etapa do plano de paz para Gaza, anunciada em 8 de outubro, transcende um simples armistício; é um divisor de águas que restaura a influência americana como pilar essencial na região, com Catar, Egito e Turquia emergindo como peças-chave em um delicado equilíbrio. O Ocidente, antes fragmentado por hesitações, agora percebe o valor do retorno de Trump ao cenário geopolítico – uma volta redefinida por resultados tangíveis, não por concessões. 

A diplomacia tradicional, com suas reuniões intermináveis em escritórios em Genebra e Nova York, naufragava repetidamente. Acordos de cessar-fogo ruíram sob acusações mútuas e inflexibilidade. Contudo, Trump, com sua abordagem direta, converteu o deadlock em avanço. Seu plano de 20 pontos, apresentado em 29 de setembro ao lado de Benjamin Netanyahu, não foi uma quimera idealista, mas um roteiro prático, fundamentado na ideia de que a paz só prospera quando a guerra se torna insustentável para todos. 


O presidente Donald Trump, durante encontro no parlamento israelense | Foto: Reprodução/Casa Branca


O que destaca esse êxito inicial é o papel decisivo de Catar, Egito e Turquia – nações antes criticadas por suas relações ambíguas com o Hamas. E Trump não os tratou como coadjuvantes. O presidente americano os posicionou como protagonistas, obrigando-os a assumir responsabilidades. 

O Catar, que por anos financiou o grupo, enfrentou pressão direta após um ataque israelense frustrado contra líderes do Hamas em Doha. Trump exigiu que o emir Tamim bin Hamad Al Thani rompesse laços com o Hamas caso não cooperasse, transformando um aliado dúbio em um parceiro indispensável. 

O Egito, liderado por Abdel Fattah el-Sisi, assumiu a logística: sua inteligência coordenou as negociações em Sharm el-Sheikh, garantindo que Rafah se tornasse um canal de suprimentos e um símbolo de compromisso regional. 

A Turquia, sob Recep Tayyip Erdogan, frequentemente acusada de posturas anti-Israel, contribuiu com sua inteligência, pressionando o Hamas a redefinir sua “resistência” como colaboração temporária.

Essa coalizão de mediadores reforça uma verdade universal: Catar, Egito e Turquia, com habilidade diplomática, provam que a paz exige que os conflitos não superem a determinação de resolvê-los. Não foi a neutralidade que os alinhou a Trump; foi a constatação de que o vácuo deixado pela indecisão ocidental – marcada por divisões europeias e hesitações de Joe Biden – poderia ser preenchido por uma América assertiva. 

A semana de Trump foi o desfecho de uma vitória diplomática que evoca os Acordos de Abraão de 2020 em seu primeiro mandato, que normalizaram laços entre Israel e nações árabes.


O presidente dos EUA, Donald Trump, posa ao lado da placa sobre o fim da guerra entre Israel e o Hamas, em Sharm el-Sheikh, Egito, em 13 de outubro de 2025 | Foto: Reuters/Suzanne Plunkett/Poo

Líderes globais reagiram em peso: o chanceler alemão Friedrich Merz chamou os avanços de “promissores”, oferecendo “esperança renovada para reféns, o povo de Gaza e a região”. Keir Starmer, do Reino Unido, comprometeu-se com o “apoio total à implementação”. Até António Guterres, da inútil ONU, saudou o “progresso urgentemente necessário”, reconhecendo os esforços dos EUA, do Catar, do Egito e da Turquia. Nações muçulmanas, como Indonésia,

Paquistão e Jordânia, apoiaram o plano, com o premiê paquistanês Shehbaz Sharif declarando: “A paz foi alcançada graças à determinação incansável de Trump, um verdadeiro arquiteto da conciliação”. 

Por trás do sucesso, há lições de pragmatismo que Trump domina. A Midnight Hammer Operation (“Operação Martelo da Meia-noite”), que em junho desmantelou o programa nuclear iraniano – principal financiador do Hamas – e enfraqueceu o eixo Teerã-Bagdá, foi uma delas. Mas o êxito do plano de paz de Donald Trump no Oriente Médio não é apenas um marco regional, mas um divisor de águas na política global. 

Ao alinhar nações árabes com os Estados Unidos, Trump consolidou uma coalizão robusta contra o terrorismo, ampliando exponencialmente sua influência internacional. Esse acordo, que une Israel, Hamas e mediadores como Catar, Egito e Turquia, reposiciona os EUA como o eixo central de uma ordem mundial renovada. 


Mas o êxito do plano de paz de Donald Trump no Oriente Médio não é apenas um marco regional, mas um divisor de águas na política global. Ao alinhar nações árabes com os Estados Unidos, Trump consolidou uma coalizão robusta contra o terrorismo, ampliando exponencialmente sua influência internacional. Esse acordo, que une Israel, Hamas e mediadores como Catar, Egito e Turquia, reposiciona os EUA como o eixo central de uma ordem mundial renovada. 


E a relevância desse sucesso vai além de Gaza. A China, dependente do petróleo do Oriente Médio apesar de sua parceria temporária com a Rússia, e o Irã, que não pode se dar ao luxo de antagonizar nações árabes, enfrentam agora um Ocidente unificado. Trump capitaliza essa vantagem para pressionar Pequim, sinalizando que Otan, União Europeia e agora o Oriente Médio convergem sob a liderança americana. A mensagem é clara: a China deve abandonar posturas conflituosas e se alinhar a uma agenda de paz e prosperidade global. 

Esse movimento foi preparado com antecedência, com gestos diplomáticos ainda em maio, incluindo negociações em Pequim. Com a economia chinesa em declínio, Xi Jinping enfrenta incentivos para cooperar. Um ponto crucial seria a ruptura do apoio chinês a Vladimir Putin, permitindo que a Opep substitua o petróleo russo e facilite o fim da guerra na Ucrânia. 


Os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) | Foto: Reprodução/White House 

Geopoliticamente, o plano de paz de Trump cria um efeito dominó que fortalece a hegemonia americana enquanto enfraquece eixos rivais. No Oriente Médio, o acordo não só neutraliza o Hamas e isola o Irã – principal financiador de grupos terroristas – mas também integra nações árabes a uma coalizão pró-EUA, garantindo fluxo de petróleo via Opep e rotas comerciais seguras, como o Canal de Suez. 

Essa estabilidade regional é crucial para a China, que importa 70% de seu petróleo do Golfo e depende da Iniciativa Belt and Road para expandir influência – projetos agora vulneráveis a pressões americanas, pois nações como Egito e Turquia priorizam alianças com Washington. 

Mais amplamente, essa diplomacia trumpiana revitaliza o Ocidente: a União Europeia, dividida por hesitações energéticas, ganha confiança com um Oriente Médio estável, reduzindo a dependência do gás russo; a Otan se fortalece com foco renovado na Ásia-Pacífico. 

Para a Rússia, o acordo expõe vulnerabilidades, forçando Putin a negociar ou enfrentar isolamento total. No final, o plano de Trump não é mero cessar-fogo; é uma jogada mestra que redefine o mundo multipolar, priorizando a liderança americana sobre o multilateralismo hesitante. Se bem-sucedido, poderia encerrar a era de ascensão chinesa desimpedida, pavimentando uma “pax americana” renovada. 

A interconexão entre o acordo no Oriente Médio, as negociações com a China e a resolução de conflitos globais evidencia a estratégia de Trump: um plano que não apenas silencia bombardeios em Gaza, mas redesenha o tabuleiro geopolítico, com os Estados Unidos no comando. 


O presidente Donald Trump se encontra com famílias de reféns e ouve suas histórias em Jerusalém; Brasil ausente, segundo senadora | Foto: Reprodução/Twitter/X


Haverá dificuldades na fase 2 da desmilitarização do Hamas, que inclui destruir túneis e oferecer anistia a membros exilados. A paz, no entanto, não nasce da passividade, mas da ousadia de enfrentar o caos. Trump sabe que diplomacia sem firmeza é apenas retórica. Seu plano reconhece as realidades: o Hamas deve ceder o controle a uma Autoridade Palestina reformada, com supervisão global para evitar retrocessos. 

A reconstrução de Gaza, custando bilhões, será financiada via bancos americanos e padrões SWIFT, neutralizando influências chinesas. O Canal de Suez e o Estreito de Bósforo, sob Egito e Turquia, permanecem alinhados ao dólar, reforçando a liderança econômica dos EUA. Esse acordo não é o desfecho, mas o prefácio de uma era em que a América lidera sem hesitação. Trump, o negociador que ergueu impérios antes de governar, prova que a Art of the Deal (“A arte da negociação”) também molda nações. 

Ana Paula Henkel - Revista Oeste