sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Correios lideram as perdas; Executivo diz que déficit primário não reflete situação real das empresas


Gestão Lula tenta tapar rombo nos Correios com um empréstimo de R$ 20 bilhões | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 


Doze das 44 estatais controladas diretamente pelo governo Lula fecharam 2024 no vermelho, de acordo com dados do Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Os Correios aparecem no topo da lista, com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, em meio a uma crise financeira que levou a estatal a propor um plano de reestruturação e a solicitar um empréstimo de R$ 20 bilhões.

Logo atrás está a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera sistemas ferroviários e registrou resultado negativo de R$ 1,1 bilhão. Em seguida vêm os rombos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) (-R$ 375 milhões), na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) (-R$ 229 milhões) e na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (-R$ 132 milhões). 

Um gráfico divulgado pela CNN Brasil, feito com base nos dados do Banco Central, mostra que logo depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o governo, as estatais voltaram a apresentar prejuízo. No último ano de Michel Temer (2018) e nos quatro anos de Jair Bolsonaro (2019 a 2022), as empresas públicas eram lucrativas 


Gráfico produzido pela CNN com base em dados do Banco Central relativo a 12 meses, de setembro a agosto | Foto: Reprodução/CNN Brasil 


Como os Correios chegaram ao topo da lista 

O presidente da empresados Correios, Emmanoel Rondon, admitiu que a estatal perdeu espaço no mercado. Ele atribuiu o cenário ao avanço da concorrência e à demora da companhia em se adaptar. Segundo ele, apenas companhias que modernizarem seus processos e ganharem eficiência terão condições de voltar ao lucro.

A secretária de Coordenação e Governança das Estatais do MGI, Elisa Leonel, afirmou que a situação da empresa exige acompanhamento próximo do governo. Ao site g1, ela destacou que os Correios deixaram de investir e perderam contratos durante o período em que integraram o Plano Nacional de Desestatização, o que afetou diretamente a receita da companhia.

Em 2023, Lula cancelou a privatização dos Correios. 

A medida havia sido proposta pelo governo Bolsonaro, que defendia que a estatal não tinha “condições financeiras de melhorar a qualidade dos serviços”. De acordo com Elisa, o foco agora é diversificar as atividades. “A gente tem que criar receitas alternativas, negócios que tragam receitas”, afirmou. “E esse é o projeto que a gente está discutindo.” 

As cinco estatais com maiores prejuízos em 2024 

1. Correios — prejuízo de R$ 2,6 bilhões; 

2. CBTU — prejuízo de R$ 1,1 bilhão; 

3. Embrapa — prejuízo de R$ 375 milhões; 

4. Infraero — prejuízo de R$ 229 milhões; e 

5. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares — prejuízo de R$ 132 milhões.  


Revista Oeste