Correios lideram as perdas; Executivo diz que déficit primário não reflete situação real das empresas
Doze das 44 estatais controladas diretamente pelo governo Lula fecharam 2024 no vermelho, de acordo com dados do Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Os Correios aparecem no topo da lista, com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, em meio a uma crise financeira que levou a estatal a propor um plano de reestruturação e a solicitar um empréstimo de R$ 20 bilhões.
Logo atrás está a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera sistemas ferroviários e registrou resultado negativo de R$ 1,1 bilhão. Em seguida vêm os rombos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) (-R$ 375 milhões), na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) (-R$ 229 milhões) e na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (-R$ 132 milhões).
Um gráfico divulgado pela CNN Brasil, feito com base nos dados do Banco Central, mostra que logo depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o governo, as estatais voltaram a apresentar prejuízo. No último ano de Michel Temer (2018) e nos quatro anos de Jair Bolsonaro (2019 a 2022), as empresas públicas eram lucrativas
Como os Correios chegaram ao topo da lista
O presidente da empresados Correios, Emmanoel Rondon, admitiu que a estatal perdeu espaço no mercado. Ele atribuiu o cenário ao avanço da concorrência e à demora da companhia em se adaptar. Segundo ele, apenas companhias que modernizarem seus processos e ganharem eficiência terão condições de voltar ao lucro.
A secretária de Coordenação e Governança das Estatais do MGI, Elisa Leonel, afirmou que a situação da empresa exige acompanhamento próximo do governo. Ao site g1, ela destacou que os Correios deixaram de investir e perderam contratos durante o período em que integraram o Plano Nacional de Desestatização, o que afetou diretamente a receita da companhia.
Em 2023, Lula cancelou a privatização dos Correios.
A medida havia sido proposta pelo governo Bolsonaro, que defendia que a estatal não tinha “condições financeiras de melhorar a qualidade dos serviços”. De acordo com Elisa, o foco agora é diversificar as atividades. “A gente tem que criar receitas alternativas, negócios que tragam receitas”, afirmou. “E esse é o projeto que a gente está discutindo.”
As cinco estatais com maiores prejuízos em 2024
1. Correios — prejuízo de R$ 2,6 bilhões;
2. CBTU — prejuízo de R$ 1,1 bilhão;
3. Embrapa — prejuízo de R$ 375 milhões;
4. Infraero — prejuízo de R$ 229 milhões; e
5. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares — prejuízo de R$ 132 milhões.
Revista Oeste