Parlamentares solicitam ressarcimento mesmo com plano de saúde premium e acesso a hospitais de referência
Os deputados podem pedir reembolso sem limite de solicitações, desde que cada nota não ultrapasse R$ 135,4 mil | Foto: José Cruz/ABR/FlickrDeputados federais já solicitaram R$ 11,5 milhões em reembolsos médicos desde o início da atual legislatura, em 2023. Levantamento obtido pelo portal Metrópoles, via Lei de Acesso à Informação, mostra que 305 dos 513 parlamentares pediram ressarcimento à Câmara dos Deputados, com gasto médio de R$ 37,5 mil por beneficiado.
O campeão de despesas é Paulo Folletto (PSB-ES), que acumulou R$ 600,8 mil. Em 2023, ele foi submetido a uma cirurgia e, no ano seguinte, afastou-se por 90 dias para tratamento quimioterápico nos Estados Unidos.
Diagnosticado em 2016 com lesão na medula, o deputado não respondeu aos questionamentos do Metrópoles sobre detalhes dos valores. O ranking inclui nomes como Luiz Carlos Motta (PL-SP), com R$ 391 mil, e Luciano Bivar (União-PE), que recebeu R$ 366,4 mil.
Ex-parlamentares também aparecem na lista: Amália Barros (PLMT), quarta colocada, morreu em 2024 depois de cirurgia no pâncreas; Carla Zambelli (PL-SP), 14ª colocada, está presa na Itália e enfrenta processo de cassação.
Rede de hospitais e sigilo nos gastos
O Programa de Assistência à Saúde da Câmara (Pró-Saúde) cobre parlamentares, dependentes e servidores por meio de rede conveniada à Caixa Econômica Federal e de credenciados de alto padrão, como Sírio-Libanês e DF Star.
A inscrição é facultativa.
Rede de hospitais e sigilo nos gastos O Programa de Assistência à Saúde da Câmara (Pró-Saúde) cobre parlamentares, dependentes e servidores por meio de rede conveniada à Caixa Econômica Federal e de credenciados de alto padrão, como Sírio-Libanês e DF Star.
A inscrição é facultativa. Nos atendimentos particulares, os deputados podem pedir reembolso sem limite de solicitações, desde que cada nota não
Procedimentos estéticos são proibidos. Apesar do uso de recursos públicos, a Câmara se recusa a detalhar as despesas, alegando proteção à intimidade e à vida privada dos beneficiários.
Mensalidades, coparticipação de 25% sobre despesas médicas e aporte da União financiam o programa. Desde 2023, o Pró-Saúde recebeu cerca de R$ 7,8 milhões de recursos privados e aproximadamente R$ 11 milhões do orçamento da Câmara.
Principais justificativas dos deputados Poucos deputados comentaram os valores. Luiz Carlos Motta disse ter realizado exames e cirurgia “com necessidade comprovada de saúde” e que seguiu todos os trâmites legais. Luciano Bivar afirmou ter feito cirurgia de urgência na coluna.
Ele ressaltou que o plano da Câmara é de “natureza familiar” e diferente do contratado individualmente pelo parlamentar.
Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) declarou que passou por cirurgia de quadril, procedimento oncológico e duas cirurgias de catarata entre 2023 e 2025. Vander Loubet (PT-MS) relatou várias cirurgias e tratamentos para cálculos renais, que chegaram a interromper agendas parlamentares. A lista inclui ainda Junio Amaral (PL-MG), Cláudio Cajado (PP-BA), Elcione Barbalho (MDB-PA), Silas Câmara (Republicanos-AM), Marx Beltrão (PP-AL), Benedita da Silva (PT-RJ), Carlos Sampaio (PSD-SP) e Toninho Wandscheer (PP-PR).
Revista Oeste