quarta-feira, 13 de agosto de 2025

EUA cancelam vistos de autoridades ligadas ao Mais Médicos

 O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que a administração Trump vai ampliar as sanções contra integrantes do governo brasileiro


Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio | Foto: Reprodução/X 


O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou, nesta quarta-feira, 13, que o governo norte-americano estuda ampliar as sanções contra integrantes do governo brasileiro. Dessa vez, as punições vão alcançar autoridades ligadas ao Programa Mais Médicos. 

Em postagem no X, Rubio afirmou que a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, está tomando medidas para revogar vistos de brasileiros e de ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O órgão foi o responsável por articular o projeto no Brasil — e que envolvia a ditadura comunista de Cuba. 

De acordo com o site Metrópoles, o governo dos EUA sancionou Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. Os dois integravam o Ministério da Saúde quando o programa foi implantado.

O governo petista, por meio da ex-presidente Dilma Rousseff, implantou o Programa Mais Médicos no Brasil em junho de 2013. O projeto foi proposto em parceria com a ditadura de Cuba. 

O objetivo da iniciativa, segundo alegavam os políticos do PT, era “expandir a atenção médica no país” ao trazer profissionais cubanos.

.@SecRubio: O @StateDept também está tomando medidas visando revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da Opas, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe Mostrar mais 

USA em Português @USAemPortugues .@SecRubio: O @StateDept está tomando medidas para impor restrições de visto a vários funcionários dos governos africanos, cubanos e granadinos, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. Estamos comprometidos em acabar com essa prática. Países

Para o governo norte-americano, contudo, o Programa Mais Médicos foi um “golpe diplomático inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras”. Rubio já havia avisado que a administração Trump expandiria a política de restrição de vistos relacionada ao regime cubano.


Governo dos EUA já havia anunciado as sanções 

Em fevereiro, o secretário de Estado norte-americano avisou que aplicaria sanções aos responsáveis pelo “programa exploratório de mão de obra cubana”. 

“Promoveremos a responsabilização do regime cubano pela opressão de seu povo e daqueles que lucram com o trabalho forçado.” Conforme informado em reportagem na Edição 111 da Revista Oeste, centenas de profissionais de saúde cubanos descreveram o Programa Mais Médicos como “escravidão”.

Para ter uma ideia, a ditadura cubana embolsava 70% do salário dos profissionais, estimado em R$ 12 mil. Outros 25% ficavam com os que trabalhavam de fato, enquanto 5% eram direcionados à Opas. 

Para piorar a situação, muitos dos médicos não sabiam dos termos estabelecidos no contrato assinado entre Dilma e o então ditador cubano, Raúl Castro. 

“Não sabíamos quanto seria nosso salário”, disse a profissional cubana Maireilys Álvarez a Oeste.

“Descobrimos quando já estávamos em território brasileiro, por meio do noticiário.” 

Direita é contra o Mais Médicos

A barreira que impediria o regime cubano de continuar a lucrar com a mão de obra no Brasil surgiu em outubro de 2018. Com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Havana determinou que os médicos cubanos deixassem o Brasil e voltassem à terra natal. 

A decisão anunciada agora pelo chefe da diplomacia norteamericana é mais um passo de Trump na aplicação de sanções às autoridades ligadas a ditaduras e a integrantes do Três Poderes do Brasil. 

As medidas têm causado preocupações entre integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com informações da revista Veja, ministros da Suprema Corte buscaram interlocução com agentes políticos e acadêmicos dos EUA para entender as sanções do governo norte-americano. 

Em julho, Rubio anunciou a suspensão do visto norte-americano do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e de “seus aliados”. Sem confirmação oficial, estima-se que outros sete membros do Supremo foram proibidos de entrar nos EUA: Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Edson Fachin. Só ficaram de fora da punição três dos 11 integrantes do tribunal: Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques.

Wiliam Gr8izafis - Revista Oeste