quarta-feira, 1 de novembro de 2023

'Coragem!', por Marcel van Hattem


 O psicólogo e ex-professor da Universidade de Toronto Jordan Peterson.| Foto: Reprodução/YouTube


O diagnóstico está bastante claro: a intolerância de quem não admite a expressão de ideias diferentes das suas; a estratégia woke colocada em prática no dia a dia para subverter toda ordem e evolução humana ocorrida ao longo de séculos de nossa existência; o uso de temas importantes como o combate ao racismo, a defesa do meio ambiente e redução das desigualdades sociais utilizados primordialmente para sinalização de virtude e a semeadura da discórdia política. Os estratagemas e discursos falsos de um neo-marxismo pós-soviético disseminados na mídia, nas instituições públicas (parlamentos, Judiciário, burocracia), privadas, nas escolas e faculdades, impregnou o tecido social mundial e contaminou grande parte de uma nova geração que tem dificuldade em tomar responsabilidade para sua própria vida e cuja melhor justificativa para seus próprios fracassos está sempre na ação do outro, não na sua. E agora?

Agora é hora de reação! É hora de coragem e determinação para enfrentar esta que, possivelmente, é a maior batalha que enfrentaremos durante nossa passagem na Terra: a batalha pelo resgate dos valores fundamentais que mais trouxeram progresso, liberdade e dignidade à humanidade. Para discutir o assunto e, principalmente, reverter a situação em que estamos colocados, é que surgiu a Aliança para a Cidadania Responsável (ARC – Alliance for Responsible Citizenship). A reunião de pessoas capazes de entender a realidade, discuti-la e enfrentá-la para melhorá-la ocorre nesta semana na cidade de Londres, Inglaterra, sob a liderança de Jordan Peterson, psicólogo, escritor e professor canadense.


Coragem. Coragem! Para vencermos a crise civilizacional em que nos encontramos, precisamos vencer, antes de tudo, a crise mencionada por Wade: a crise de coragem.


Durante três dias, iniciados na última segunda-feira, 30 de outubro, quase cem intelectuais, empreendedores, artistas e lideranças políticas de todo o mundo subiram ao palco do centro de eventos Magazine London e compartilharam com as mais de mil pessoas presentes ao evento como escrever uma história melhor para o mundo.

Como deputado federal e também representante dos Institutos Liberal e Livre Mercado neste evento, posso afirmar com renovado otimismo: a reação, de fato, está começando. Reação à mentira como instrumento de convencimento político; ao divisionismo como estratégia de conquista de grupos sociais; reação à submissão que uma minoria imoral e barulhenta quer impor a uma maioria silenciosa, mas consciente de que os valores judaico-cristãos e a cultura da liberdade foram os maiores responsáveis pelo saudável desenvolvimento humano em todas as áreas.

O título deste artigo, contudo, não poderia ser mais claro sobre o que precisamos exercitar primeiro. As palavras da empreendedora africana e ativista pró-liberdade Magatte Wade foram ao ponto primordial: “Vivemos uma crise de coragem”. A cultura do cancelamento nas redes sociais e a perseguição dos poderosos sobre seus opositores são instrumentos utilizados para causar medo e intimidação. O medo pode, por sua vez, gerar duas principais reações: a paralisia ou a coragem necessária para enfrentá-lo. Não é necessário teorizar muito: é evidente que só se pode vencer o medo com coragem pois, como disse Sir Winston Churchill, “a coragem é a primeira das virtudes pois garante todas as outras”.

Coragem. Coragem! Para vencermos a crise civilizacional em que nos encontramos, precisamos vencer, antes de tudo, a crise mencionada por Wade: a crise de coragem. Falar sobre o assunto, discutir em conjunto e, finalmente, agir para recuperar os valores e princípios ora socialmente marginalizados é o que a Aliança para a Cidadania Responsável se propõe a fazer. Após três dias de intensos debates, a conclusão a que chega qualquer participante deste evento internacional, um verdadeiro divisor de águas do movimento liberal e conservador, é que uma história melhor para nós mesmos e para as futuras gerações é, sim, possível.


Gazeta do Povo