quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Pobreza na Argentina chega a 40,1% da população, maior índice desde a pandemia

 

Morador de rua em Buenos Aires: 11,8 milhões de argentinos nas áreas urbanas estão na pobreza, segundo números oficias divulgados nesta quarta-feira| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni


O Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec) divulgou relatório nesta quarta-feira (27) que apontou que a incidência da pobreza aumentou 0,9 ponto percentual nas áreas urbanas do país no primeiro semestre deste ano em relação aos últimos seis meses de 2022.

Dessa forma, 11,8 milhões de argentinos estão nessa condição nos 31 aglomerados urbanos pesquisados, o equivalente a 40,1% da população nessas áreas. É o índice mais alto desde o primeiro semestre de 2021, quando o patamar registrado foi de 40,6% e o mundo começava a se recuperar dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.

Dentro do grupo de argentinos na pobreza, o número daqueles em situação de indigência teve acréscimo de 1,2 ponto percentual e chegou a 9,3% da população nas áreas urbanas, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas.

O Indec define que estão na pobreza os domicílios que não têm renda suficiente para atender um conjunto de necessidades alimentares e não alimentares (como vestuário, educação, saúde e transporte) consideradas essenciais.

Já o instituto considera que estão na indigência os que não têm rendimentos para custear uma cesta alimentar capaz de satisfazer um mínimo de necessidades energéticas e proteicas.

A projeção de consultorias privadas ouvidas pelo jornal Clarín aponta que a pobreza deve aumentar mais até o final do ano, em razão do impacto inflacionário da desvalorização de 22% do peso argentino promovida pelo governo em agosto.

Segundo essas estimativas, a proporção de argentinos na pobreza poderá atingir 42% ou 43% no final do ano. Em agosto, a inflação em 12 meses já acelerou para 124,4%, após ficar em 113,4% em julho.




Fábio Galão. Gazeta do Povo