Economia brasileira chega à terceira alta seguida e apresenta ganho de 1,6% em relação ao último período pré-pandemia
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022, informou nesta quinta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, o PIB brasileiro, soma dos bens e serviços produzidos no país, cresceu 1% no primeiro trimestre, comparado ao quarto trimestre de 2021, chegando a R$ 2,24 trilhões. Este é o terceiro resultado positivo consecutivo.
Com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia do coronavírus, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica nacional, registrado no primeiro trimestre de 2014.
Opinião
Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, diz ver um comportamento de resiliência da economia brasileira com o resultado do primeiro trimestre, com tendência de desaceleração do índice de inflação nos próximos períodos.
“Embora seja uma noticia de retrovisor, se trata de um indicador importante que o mercado esperava uma forte alta”, comentou Consorte.
“Em linhas gerais, o primeiro trimestre do ano sugeriu resiliência da economia, sobretudo no setor de serviços, o que tem ainda pressionado a inflação. Porém, a inflação deve começar a responder também ao aumento de juros e devemos ver desaceleração do índice. Essa combinação mostra que o ciclo de aumento de juros no Brasil esta perto do fim.”
Destaque para serviços
O crescimento da economia brasileira no período foi puxado principalmente pela alta nos serviços (1%), que representam 70% do PIB do país. Dentro deste nicho, houve crescimento de 2,1% no segmento de transporte, armazenagem e correio.
Por outro lado, a agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre. “Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira”, destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Já na Indústria, houve estabilidade (0,1%). O maior avanço nas atividades industriais veio do segmento de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi com as indústrias extrativas (-3,4%).
Por fim, o consumo das famílias brasileiras cresceu 0,7% no primeiro trimestre do ano, enquanto o do governo permaneceu estável (0,1%).
Bruno Freitas, Revista Oeste