quinta-feira, 10 de março de 2022

Guedes admite subsídio ao diesel caso guerra se estenda

 Em dia de anúncio de aumento, ministro da Economia diz que prolongamento de conflito Rússia-Ucrânia pode exigir auxílio

Diesel teve aumento anunciado de de 24,9% nesta quinta-feira
Diesel teve aumento anunciado de de 24,9% nesta quinta-feira | Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Horas depois de a Petrobras anunciar nesta quinta-feira, 10, aumento de combustíveis, em decorrência da crise global gerada pelo conflito Rússia-Ucrânia, o ministro da Economia Paulo Guedes se pronunciou sobre como o governo se prepara para um eventual prolongamento da situação.

Guedes descartou mexer na política de preços da Petrobras. No entanto, o ministro acenou com subsídios do Tesouro Nacional para o diesel, caso o conflito na Europa e a consequente crise do petróleo se arrastem.

“Se isso se resolve em 30 ou 60 dias, a crise estaria mais ou menos endereçada. Agora, vai que isso se precipita e vira uma escalada? Aí sim, você começa a pensar em subsídio para o diesel”, declarou Guedes, em menção ao conflito russo-ucraniano, durante entrevista coletiva após reunião com o ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia.

Nesta quinta-feira, a Petrobras anunciou novos valores para as distribuidoras. O preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, que significa um aumento de 18,77%. O reajuste do diesel foi maior, de 24,9%, passando de R$ 3,61 a R$ 4,51. Finalmente o gás de cozinha teve variação de 16%, de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo. A última alteração no preço dos combustíveis havia acontecido em 11 de janeiro.

“Por enquanto, a ideia é o seguinte. O primeiro choque foi absorvido. Agora vamos observar. Vamos nos movendo de acordo com a situação”, afirmou o ministro da Economia.

Depois do aumento desta quinta-feira, o Senado aprovou a criação de uma Conta de Estabilização dos Preços dos combustíveis (CEP), um fundo com o objetivo de conter a alta dos preços dos produtos. A proposta ainda precisa da confirmação da Câmara dos Deputados.

Pelo texto aprovado pelo Senado, o fundo funcionará como uma espécie de “colchão”, a ser usado para amenizar o impacto das altas e será alimentado por fontes de receitas federais, como recursos pagos pela Petrobras à União.

A proposta, relatada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), também cria o auxílio-gasolina, destinando um “vale” nos valores de R$ 100 e R$ 300 por mês para taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos. O custo total está limitado a R$ 3 bilhões.

Revista Oeste