domingo, 24 de outubro de 2021

Daniel Silveira e Roberto Jefferson: a Justiça às avessas no Brasil

Enquanto criminosos se beneficiam de decisões judiciais e são soltos, políticos acusados de crimes de opinião permancem presos


Roberto Jefferson está preso desde 13 de agosto | Foto: Mário Agra/PTB Nacional
Roberto Jefferson está preso desde 13 de agosto | Foto: Mário Agra/PTB Nacional

O que Suzane Von Richthofen, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos e Elize Matsunaga têm em comum? Todos foram presos por terem cometido crimes bárbaros de homicídio.

Em 2002, Suzane planejou a morte dos pais a pauladas, com a ajuda do namorado e do cunhado (os irmãos Cravinhos). Todos foram condenados e hoje desfrutam da liberdade do regime semiaberto, garantido pela lei penal. Desde setembro deste ano, Suzane cursa a faculdade de Farmácia na cidade de Taubaté (SP), onde distribui autógrafos e tem status de celebridade.

Elize Matsunaga, a ex-garota de programa que matou e esquartejou o marido, cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Durante as “saidinhas” temporárias às quais os presos em regime semiaberto têm direito no Brasil, gravou cenas de um documentário para a Netflix.

O traficante e membro do PCC André do Rap, preso após megaoperação da Polícia Federal em 2019, foi solto depois de ter um pedido de habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. Rap aproveitou a liberdade e fugiu do país. Seu paradeiro é desconhecido.

Enquanto isso, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, seguem presos em regime fechado. O crime de Silveira foi ter publicado um vídeo nas redes sociais com ofensas aos ministros do Supremo. O de Jefferson foi atacar as instituições por meio de “atos antidemocráticos”, além de tecer críticas à Corte.

Colaborou Mauro Tavernard

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Revista Oeste