domingo, 31 de outubro de 2021

'A entonação de voz teatralmente ameaçadora e o blefe', por Pedro Possas - Médico.

 

Quem joga truco ou pôquer reconhece um blefador pela própria feição, gestual e entonação de voz do engabelador.

Os mais experimentados sabem que quando um jogador está perdendo tudo, ou já perdeu, é o PIOR momento para blefar. Fica muito evidente que no desespero o cara apela para qualquer ato tresloucado, em uma tentativa de recuperar alguma coisa.

É muito arriscado blefar nessas condições, pois o primeiro pensamento dos adversários será: "Tá no desespero, é blefe, vou pagar pra ver."

Tenho visto muitos players políticos com falsas caras de sério, entonações de voz teatralmente ameaçadoras, fazendo bravatas que vão prender, fazer e acontecer, enquanto dão falsas demonstrações de forças cometendo arbitrariedades contra pessoas detentoras de poderes menores que os seus.

São como aqueles moleques valentões de parquinho que tocam o terror na molecada menor, mas os esfincteres relaxam, o líquido quente e amarelo escorre pelas pernas, quando chega o irmão mais velho de um deles.

TRUCO, SAFADO, VALE 6!

TÓ, SEUS MIL, MAIS 2 MIL!

Pedro Possas. O autor é médico.

Jornal da Cidade