quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Disputa sobre testemunhas pode marcar fim de impeachment de Trump

WASHINGTON | REUTERS
Um dos mais importantes republicanos do Senado afirmou nesta quinta (30) que a possibilidade de encerrar o julgamento do impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump, estava ganhando força, apesar da pressão dos democratas para convocar testemunhas.
Os procuradores democratas argumentam que as testemunhas são essenciais para evidenciar a tentativa de Trump de persuadir o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a investigar Biden e seu filho Hunter —uma das acusações que motivaram o processo.  
John Barrasso, o terceiro senador na hierarquia republicana no Senado, disse a jornalistas durante o segundo dia de interrogatórios na Casa que os republicanos estavam próximos de derrotar a iniciativa democrata que pedia testemunhas e assim encerrar o julgamento já nesta sexta (31). 
"Ainda nos sentimos bem positivos com isso", disse Barrasso. "A situação parece estar do lado de termos uma votação e o final do julgamento amanhã."
Público em comício de Donald Trump em Des Moines, Iowa - Rick Wilking/Reuters
Na sexta, espera-se que cada lado apresente argumentações finais, antes de o Senado passar à questão central de convocar testemunhas.
A provável absolvição pelo Senado, controlado pelos republicanos, manteria Trump no cargo e lhe daria argumentos justamente no momento que o Partido Democrata promove sua primeira disputa primária em Iowa, na próxima segunda-feira (3), para escolher o indicado a disputar a eleição presidencial no dia 3 de novembro
É improvável que os democratas consigam a maioria de dois terços necessária para remover Trump do cargo, mas permitir testemunhas pode provocar danos políticos ao presidente enquanto ele busca a reeleição.
Um dos convocados seria o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, que escreveu um livro ainda não publicado no qual detalha que Trump queria congelar a ajuda financeira à Ucrânia até Kiev abrir investigações contra rivais democratas. A Casa Branca vetou a publicação do manuscrito.
Os democratas acusam o presidente republicano de abuso de poder ao utilizar uma verba de auxílio militar aprovada pelo Congresso como moeda de troca para pressionar um país estrangeiro a difamar o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos democratas à Presidência.
A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou em dezembro dois artigos de impeachment, um deles alegando obstrução do Congresso. Trump nega qualquer irregularidade e denuncia o processo de impeachment como uma farsa.