![O presidente Jair Bolsonaro em sua primeira entrevista após a posse:](https://ogimg.infoglobo.com.br/mundo/23345244-d3b-426/GEOMIDIA/375/x80491517_PA-Rio-de-Janeiro-RJ-03-01-2019-Primeira-entrevista-do-Presidente-Jair-Bolsonaro-apos-a.jpg.pagespeed.ic.8g8NGEiq_K.jpg)
"De acordo com o que possa vir a acontecer no mundo, quem sabe você não tenha que discutir essa questão no futuro", declarou o presidente em entrevista ao SBT. "A questão física pode ser até simbólica, porque hoje em dia o poderio das Forças Armadas americanas, chinesas, russas, alcança o mundo todo, independentemente de base."
Bolsonaro já havia se reunido antes, na quarta-feira, com o secretário americano de Estado, Mike Pompeo, com quem se comprometeu a incrementar a cooperação no âmbito comercial, da segurança e do combate a "regimes autoritários", referindo-se a Cuba e Venezuela.
O presidente manifestou sua "preocupação" com as manobras militares realizadas no início de dezembro entre Venezuela e Rússia em solo venezuelano, para as quais foram enviados bombardeiros russos.
"Como estava previsto, a Rússia fez uma manobra na Venezuela, nós sabemos qual a intenção do governo de Maduro, da ditadura do Maduro, e o Brasil tem que se preocupar com isso", disse Bolsonaro. "Nós não queremos aqui ter um superpoder na América do Sul, mas devemos ter, ao meu entender, a supremacia", acrescentou.
Sobre a relação com o governo americano, declarou: "Minha aproximação com os Estados Unidos é econômica, mas pode ser bélica também. Podemos discutir esta questão no futuro".
O presidente afirmou ainda que nos últimos "20 ou 25 anos" as Forças Armadas brasileiras foram "abandonadas por uma questão política", porque "são o último obstáculo para o socialismo".
O líder venezuelano, Nicolás Maduro, acusou recentemente os Estados Unidos de coordenarem um complô para gerar incidentes armados nas fronteiras da Venezuela com Brasil e Colômbia visando a justificar uma intervenção militar.
Na mesma entrevista ao SBT, Bolsonaro confirmou sua presença no Foro Econômico Mundial, em Davos. "Pretendo ir à Suíça, para Davos, para participar desse encontro lá. Será minha estreia fora do Brasil", disse.
Bolsonaro participará do encontro — entre 21 e 25 de janeiro — que reúne a elite econômica e política mundial, acompanhado de sua todo poderoso ministro da Fazenda, Paulo Guedes.
O presidente explicou que para poder viajar a Davos retardou em alguns dias — segundo ele, "até 28 ou 29 de janeiro" — a cirurgia para retirar a bolsa de colostomia que carrega desde o atentado que sofreu em Juiz de Fora durante a campanha eleitoral. Após a intervenção médica, Bolsonaro deverá permanecer no hospital entre cinco e sete dias, segundo especialistas.