Como a epidemia de obesidade se relaciona com a diabetes do tipo 2?
Embora a maioria das pessoas obesas não tenham diabetes, grande parte delas já apresenta resistência à insulina e está sob maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2. Assim, combater a epidemia de obesidade terá um efeito significativo na redução da incidência da doença.
E como fazer isso?
São muitos os sinais de alerta que nos ajudam a identificar aqueles com maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2, como obesidade, histórico familiar etc. Então, em primeiro lugar é preciso instituir programas nacionais de identificação destas pessoas em alto risco. Todos os aspectos da luta contra a diabetes devem ter como ponto de partida o princípio da prevenção.
Qual o caminho desta prevenção?
Diversos estudos de pessoas com o chamado “pré-diabetes” mostram que uma dieta saudável e exercícios regulares podem reduzir o risco de desenvolver a doença em mais de 50%. E não é preciso que o exercício seja aquele de ir para a academia todo dia. Andar 45 minutos diários já ajuda. Decisões saudáveis como caminhar no lugar de pegar o ônibus, ou subir escadas no lugar de pegar o elevador, também têm impacto.
Que fardo a diabetes já representa para os sistemas de saúde ?
A diabetes do tipo 2 já ameaça ser a maior epidemia da História da Humanidade. A doença consome mais de 10% do orçamento de cuidados da saúde na maioria das nações e, em alguns países em desenvolvimento, muito mais do que isso.
O que poderia ser feito em termos de políticas de saúde?
As políticas de saúde devem não só encorajar dietas saudáveis e exercícios, mas impor taxas sobre alimentos ricos em carboidratos, como um “imposto do açúcar”. O planejamento urbano também deve incentivar caminhadas e uso de bicicletas, com áreas exclusivas para pedestres, ciclovias etc. Se vamos evitar que esta epidemia piore mais, precisamos agir em todos níveis governamentais, com as sociedades nacionais de diabetes e endocrinologia promovendo abordagens preventivas de forma proativa.
Cesar Baima, O Globo