Há duas semanas o Jornal da USP no Ar vinha tentando uma entrevista com
a professora Rosalinda Montone, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, que
está na Estação Antártica Comandante Ferraz, recém-inaugurada em 15 de
janeiro. Fatores meteorológicos impossibilitavam a realização da entrevista
exclusiva. Mas finalmente o contato foi feito: “A primeira dificuldade é
conseguir chegar aqui, pois dependemos das condições climáticas.
a professora Rosalinda Montone, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, que
está na Estação Antártica Comandante Ferraz, recém-inaugurada em 15 de
janeiro. Fatores meteorológicos impossibilitavam a realização da entrevista
exclusiva. Mas finalmente o contato foi feito: “A primeira dificuldade é
conseguir chegar aqui, pois dependemos das condições climáticas.
Ficamos uma semana na cidade de Punta Arenas, no sul do Chile,
aguardando condições adequadas.
aguardando condições adequadas.
Viemos com o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e nosso voo ocorreu
em um dia bem atípico, ensolarado e sem vento”, relata.
em um dia bem atípico, ensolarado e sem vento”, relata.

Para a professora, trabalhar na Estação Antártica é um desafio, devido à
dificuldade de acesso, e, ao mesmo tempo, um privilégio. Ela fala também
da mudança de rotina, pois não há um horário fixo de trabalho, que depende
das condições climáticas para realização de atividades externas. “Hoje em
dia temos uma internet boa que permite o trabalho de várias maneiras. Seja
no laboratório, seja fazendo anotações. Mas claro, nossa prioridade é a
coleta em campo, que depende das condições”, revela a professora do
Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica do IO-USP.

A base está localizada na Ilha Rei George, na Península Antártica, e foi
reconstruída após um incêndio que destruiu mais de 70% das instalações
antigas, em 25 de fevereiro de 2012. Em sua 26ª viagem ao continente,
Rosalinda elogiou a estação. Segundo ela, as novas instalações da
Comandante Ferraz trouxeram um salto qualitativo. “Ela é extremamente
bem projetada. Há um sistema de tratamento que utiliza água do degelo,
da dessalinização e da própria neve. É realmente impressionante e a
estação já é considerada uma das três ou quatro melhores em termos
de pesquisa na Antártida por causa da estrutura”, avalia Rosalinda. Tudo
isso deixa o trabalho de pesquisa mais seguro.

Aliás, segurança é o item primordial para qualquer atividade no local. A ida
a campo só pode ser feita quando analisadas as condições do tempo, como
vento e visibilidade, com o uso de equipamentos e saídas acompanhadas,
sempre autorizadas pelo chefe da estação. O foco dos estudos da
pesquisadora são os poluentes orgânicos persistentes presentes em diversas
áreas do planeta, muitos dos quais chegam à Antártida pela atmosfera.
As pesquisas de Rosalinda pretendem analisar os fluxos desses poluentes
no ambiente, que ficam retidos nos sedimentos do continente. O material
coletado é cuidadosamente preservado e trazido ao Brasil para estudos mais
detalhados, no IO. Ela diz que a previsão de volta é em março.

Rosalinda fala do privilégio de estar em contato com uma beleza natural
que precisa ser vista e sentida: “A paisagem daqui é fascinante e eu me
impressiono muito com o formato do gelo, com tudo em harmonia,
mesmo sendo um grande deserto. A sensação de estar aqui é totalmente
diferente”. A professora prometeu, e cumpriu, enviar fotos do local, que
agora compartilhamos com você.
que precisa ser vista e sentida: “A paisagem daqui é fascinante e eu me
impressiono muito com o formato do gelo, com tudo em harmonia,
mesmo sendo um grande deserto. A sensação de estar aqui é totalmente
diferente”. A professora prometeu, e cumpriu, enviar fotos do local, que
agora compartilhamos com você.
Ouça a entrevista na íntegra no player acima.
Jornal da USP








