Assinaturas de streaming em plataformas como Spotify e Apple Music continuam ajudando as receitas a avançar aos poucos, de volta a níveis não vistos desde a lucrativa era dos CDs, segundo um novo relatório da Associação da Indústria de Gravações da América (RIAA na sigla em inglês).
As vendas de música gravada nos EUA atingiram US$ 11,1 bilhões em 2019, comparadas com o ponto mínimo na era da pirataria digital de US$ 6,7 bilhões, em 2014. O mercado americano de música atingiu o pico em 1999, quando as vendas de CDs formaram quase 90% de suas receitas de US$ 14,6 bilhões.
O streaming hoje constitui quase 80% das vendas nos EUA, o maior mercado de música do mundo. As receitas aumentaram 20%, para US$ 8,8 bilhões —mas em um ritmo mais lento que em 2018, quando as vendas das plataformas de streaming saltaram 30%.
Mark Mulligan, diretor-gerente da Midia Research, disse que o crescimento produzido pelo streaming vai desacelerar quando ficar mais difícil encontrar americanos que ainda não fizeram assinaturas.
Mais de 60 milhões de pessoas nos EUA pagam hoje por assinaturas de streaming, segundo a RIAA.
"A maioria das pessoas está aceitando que vamos começar a ver uma desaceleração [no crescimento do streaming] na América do Norte e nos grandes mercados europeus", disse Mulligan, acrescentando que a indústria da música terá de procurar em todo o mundo por futuro crescimento.
O álbum mais popular do ano passado foi "Hollywood’s Bleeding", de Post Malone, que atraiu vendas equivalentes a 3 milhões de álbuns, segundo uma fórmula da Nielsen que inclui vendas digitais e físicas assim como streams. Ele foi seguido por "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?", de Billie Eilish, que teve vendas equivalentes a 2,5 milhões de álbuns.
Uma anomalia foi Taylor Swift, que ainda consegue vender milhões de CDs físicos enquanto o resto da indústria mudou para o streaming. Swift vendeu 1,1 milhão de exemplares de seu álbum Lover no ano passado, dando-lhe ao todo vendas equivalentes a 2,2 milhões de álbuns, segundo a Nielsen.
Os ricos donos de empresas de música gravada estão procurando investir no sucesso recente.
A Warner Music, selo por trás de Lizzo que é controlado pelo bilionário ucraniano Len Blavatnik, se inscreveu neste mês para uma oferta pública.
A Vivendi, que abriga Billie Ellish e Taylor Swift, vendeu recentemente uma participação minoritária na Universal Music avaliada em 30 bilhões de euros. Isso foi muito acima dos 6,5 bilhões de euros que o SoftBank tinha oferecido pela companhia em 2013.
A Universal Music é controlada pelo bilionário francês Vincent Bolloré, que indicou neste mês que abrirá o capital da empresa "no máximo em 2023".
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves