Hillary Clinton, que concorreu com Bernie Sanders pela nomeação democrata à corrida presidencial de 2016, disse que "ninguém gosta dele, ninguém quer trabalhar com ele, ele não termina nada."
Ainda segundo a ex-secretária de Estado, Sanders, que concorre novamente à nomeação pelo partido democrata depois de ser derrotado por ela em 2016, "era um político de carreira" e, apesar de ter estado por anos no Congresso, só tinha apoio de um senador.
As declarações estão em uma série documental, "Hillary", que estreia no festival de cinema de Sundance, no fim de janeiro, e em seguida no serviço de streaming Hulu, em 6 de fevereiro.
Em entrevista para o site Hollywood Reporter publicada nesta terça (21), ela afirmou que suas opiniões ainda são válidas e não confirmou se apoiará a campanha de Sanders caso ele seja escolhido como o concorrente democrata a enfrentar Donald Trump nas eleições de novembro.
As declarações de Clinton vem à tona menos de duas semanas antes do caucus —assembleia de eleitores — de Iowa, considerado um momento decisivo para escolha do candidato democrata.
Desde que Sanders, 78, teve um ataque cardíaco no final do ano passado, tem recebido o apoio público de diversas personalidades. Nas pesquisas mais recentes, Sanders tem 19% das intenções de voto: ele é o segundo colocado, atrás do ex-vice-presidente Joe Biden.
Na semana passada, Sanders teve um desentendimento com sua colega democrata Elizabeth Warren, que começou nas páginas da imprensa e seguiu durante um debate na televisão.
A senadora afirmou que Sanders disse que uma mulher não pode ser eleita presidente dos EUA, mas ele negou a afirmação e tentou desviar do assunto durante o debate transmitido pela CNN.
Mas Warren não deixou a polêmica morrer e respondeu que, dos presentes no debate, as únicas pessoas que sempre haviam vencido as eleições nas quais participaram eram as mulheres.
A discussão dos dois trouxe à tona questões de gênero e sexismo nas primárias democratas, mostrando os rachas dentro do partido.
Na entrevista para o Hollywood Reporter, Clinton afirmou que ataques a mulheres são "parte de um padrão" de Sanders, acrescentando que ele havia dito que ela era "desqualificada" durante as primárias de 2016.
Ainda de acordo com ela, os apoiadores de Sanders concordam com este tipo de comportamento.
Folha de São Paulo