terça-feira, 21 de janeiro de 2020

'Maior parte de tarifas à China vai continuar em vigor até 'fase 2' de acordo comercial', diz Trump

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, afirmou que a "maior parte" das tarifas comerciais impostas à China vai continuar em vigor durante as negociações da próxima etapa do acordo bilateral, conhecida como "fase 2", que começarão "muito em breve". 

Trump em Davos em 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu discurso, em Davos, na Suíça, 
em 2020 Foto: Gian Ehrenzeller/EFE/EPA
Em discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Trump comemorou a assinatura da "fase 1" do acordo, na semana passada. "Nossa relação com a China neste momento nunca esteve melhor", destacou.
Ele lembrou que o acordo prevê que a China gaste cerca de US$ 200 bilhões adicionais em bens e serviços americanos, mas apontou que o montante pode chegar a algo próximo de US$ 300 bilhões. O republicano também afirmou que sua administração tem mudado a postura do país em relação ao comércio, "talvez a mudança mais significativa" de seu governo, e que tanto o pacto com a China quanto o Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), aprovado pelo Senado também na semana passada, são os "maiores acordos comerciais" já realizados. 
O presidente Donald Trump antes de seu discurso, em Davos, na Suíça, em 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de seu discurso, em Davos, 
na Suíça, em 2020 Foto: Estadão
Trump também destacou que os EUA concluíram um "ótimo" acordo comercial com o Japão e estão negociando outro com a Coreia do Sul, além de estarem em tratativas no âmbito do comércio com "muitos outros países". "Também estou ansioso para negociar um acordo comercial com o Reino Unido", disse. 

EUA estão em 'boom econômico'

Trump afirmou que os Estados Unidos estão "no meio de um boom econômico que o mundo nunca viu antes" durante discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Os "ótimos números" da economia, acrescentou, ocorrem apesar da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Trump voltou a criticar o Fed por ter elevado juros "muito rápido" ao longo de 2018 e por os cortar "muito devagar" ao longo de 2019, quando a instituição realizou três reduções na taxa dos Fed funds, hoje na faixa entre 1,50% e 1,75%. Para 2020, a expectativa é de manutenção.
Outra crítica do chefe da Casa Branca foi a de "obrigar" os EUA a competirem com países com taxas de juros negativas, como no caso da zona do euro. "Eles pagam para emprestar (dinheiro)", criticou.

Energia de 'produtores hostis' 

O presidente americano afirmou que os Estados Unidos, que já são o maior produtor de petróleo do mundo, não precisam mais importar energia de "produtores hostis", semanas após a escalada de tensões entre o país e o Irã.
Em discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Trump afirmou que "encorajamos a Europa", uma das compradoras do petróleo produzido no Oriente Médio, "a usar a vasta oferta de energia" americana. Trump também destacou "ótimos" números da economia americana, como a criação de empregos, que segundo ele ultrapassou a meta de dois milhões de novas vagas e chegou a sete milhões, e a queda na taxa de desemprego, que atualmente está perto dos menores níveis em 50 anos.

"Hoje, mostro o modelo da economia americana como um modelo para o mundo", disse. "Estamos criando uma economia que funciona para todos." O republicano também disse encorajar outras nações a seguirem o caminho de "desburocratização" de sua administração. "Para cada regra criada, eliminamos oito", disse, em referência à flexibilização especialmente do mercado de trabalho. 

Monique Heemann, O Estado de S.Paulo