O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ao Estado que o presidente Jair Bolsonaro não representa "nenhum perigo para o sistema democrático". Escolhido pelo presidente para coordenar os recém-criados Conselho da Amazônia e Força Nacional Ambiental, o general estava, até então, afastado das conversas decisórias do governo.
O presidente Jair Bolsonaro quer mudar o perfil do governo?
Não vejo dessa forma. Desde que o presidente foi eleito, se procurou apresentá-lo como alguém desmedido, que atenta contra os princípios democráticos. Ele não é isso, em absoluto. Ele não é nenhum perigo para o sistema democrático. Outros, muito mais perigosos, passaram por aqui e eram aplaudidos.
O convite a Regina Duarte mostra essa tendência de tom mais moderado?
Só um governo totalitário controla a cultura. Aqui não existe governo totalitário. A cultura é um segmento onde você procura sedimentar valores, tradições e raízes. Neste sentido, é uma discussão secundária para um país com 12 milhões de desempregados, desigualdades absurdas e uma economia que ainda não avançou.
A criação do Conselho da Amazônia esvazia o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles?
O Ministério do Meio Ambiente continua tocando seu trabalho. A atividade (dos novos órgãos) abrange meio ambiente, defesa, desenvolvimento regional, infraestrutura, agricultura e Justiça. A Vice-Presidência vai coordenar isso.
O senhor e o presidente estiveram afastados. O que levou à reaproximação?
Esses assuntos todos já passaram.
Como o senhor avalia as críticas aos radicalismos na área ambiental do governo?
O meio ambiente é um tema do século 21. É levado em consideração para financiamentos internacionais. Em consequência, o presidente, então, estabelece uma nova diretriz.
Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo